Sínodo dos Bispos: Bento XVI indica três linhas pastorais para a nova evangelização
O Papa Bento XVI ressaltou três linhas pastorais para a nova evangelização, durante a Missa de encerramento do Sínodo dos Bispos. A Celebração Eucarística presidida pelo Papa reuniu milhares de fiéis na Basílica de São Pedro, em Roma, no último domingo, 28 de outubro. Concelebraram mais de cem cardeais e bispos que participaram do Sínodo sobre a nova evangelização.
A leitura do Evangelho de domingo, em que São Marcos apresenta a figura do cego Bartimeu, curado graças à sua profunda fé por Jesus, serviu de inspiração ao Papa para a sua homilia. Bartimeu é a pessoa que tem necessidade de luz e tem consciência disso. Poderia, por isso, representar, disse o Papa, um modelo para aquelas pessoas que vivem em regiões de antiga evangelização, onde a luz da fé se ofuscou. “São inúmeras pessoas que precisam de uma nova evangelização, isto é, de um novo encontro com Jesus, o Cristo, o Filho de Deus que pode voltar a abrir os seus olhos, a ensinar lhes o caminho”.
No entanto, o Papa frisou que a nova evangelização não é só para essas pessoas. Diz respeito a toda vida da Igreja, que deve ser animada pelo fogo do Espírito. Em seguida, o Papa indicou três linhas pastorais que emergiram do Sínodo para a nova evangelização: “A primeira diz respeito aos Sacramentos da iniciação cristã. Foi reafirmada a necessidade de uma catequese adequada, a preparação para o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia”. O Papa recordou a este respeito que foi também reiterada a importância da Penitência, Sacramento da misericórdia de Deus, e que a figura dos Santos foi indicada como protagonistas da nova evangelização. Os Santos, explicou Bento XVI, com o exemplo da vida e as obras de caridade, falam uma linguagem acessível a todos.
Como segunda linha de evangelização, Bento XVI indicou a missão ad gentes, para a qual são chamados consagrados e leigos. “Foi sublinhado que há muitos ambientes – na África, Ásia e Oceania – onde os habitantes aguardam com viva expectativa, às vezes sem estar plenamente conscientes disso, o primeiro anúncio do Evangelho. Por isso é preciso pedir ao Espírito Santo que suscite na Igreja um renovado dinamismo missionário, cujos protagonistas sejam, de modo especial, os agentes pastorais e féis leigos”.
Lembrando que com a globalização e o deslocamento de populações a missão ad gentes torna-se necessária também nos países de antiga evangelização, o Papa passou à terceira linha pastoral desta nova evangelização.
“Um terceiro aspecto diz respeito às pessoas batizadas, mas que não vivem as exigências do Batismo”. Estas pessoas encontram-se em todos os continentes, especialmente no mais secularizados, acrescentou Bento XVI.
O Papa sublinhou ainda que, para pôr em práticas estas três linhas pastorais com o objetivo de promover a nova evangelização, a Igreja não se serve apenas dos métodos tradicionais de pastoral, mas procura também “lançar mão de novos métodos”, de novas linguagens, mais apropriadas para as diversas culturas do mundo. Bento XVI concluiu dizendo que os novos evangelizadores são pessoas que, como Bartimeu, voltaram a aproximar-se, com fé, de Jesus Cristo, tornaram-se discípulos e agora “exultam de alegria, porque o Senhor fez nelas grandes coisas”.