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Qual é a santidade para nossos tempos? O que nos ensina Nossa Senhora?

Qual é a santidade para nossos tempos? O que nos ensina Nossa Senhora?

Há um tempo, li um texto interessante de um autor católico. Comentou de um padre que escreveu para ele dizendo “não ter alma de santo”. Foquemos apenas nisso. Quantos de nós, ao ver testemunhos como o de São João Paulo II, Madre Teresa ou Padre Pio, sentimos tanta distância da heroicidade da fé deles, e pensamos também nós “não termos alma de santo”?

Pois bem, falar em sermos santos não é em primeiro lugar falar de nós, por mais estranho que pareça afirmá-lo assim. Falar em santidade é em primeiro lugar uma profissão de fé. Isso mesmo, cada vez que falamos em santidade, fazemos um ato de fé. É por isso que quando rezamos o Credo afirmamos crer “na Igreja una, santa, católica e apostólica”.

O Catecismo (nº 824 e 825) o explica assim:

“A Igreja, unida a Cristo, é santificada por Ele. Por Ele e Nele torna-se também santificante. (…) ‘Na terra, a Igreja está revestida duma verdadeira, ainda que imperfeita, santidade’. Nos seus membros, a santidade perfeita é ainda algo a adquirir”.

E continua (nº 867):

“A Igreja é santa: é seu autor o Deus santíssimo; Cristo, seu Esposo, por ela Se entregou para a santificar; vivifica-a o Espírito de santidade. Embora encerre pecadores no seu seio, ela é ‘a sem-pecado feita de pecadores’. Nos santos brilha a sua santidade; em Maria, ela é já totalmente santa”.

Nós, isto é, eu e você, somos santos pela ação da Graça. Claro, estamos a caminho, mas veja que a explicação citada não diz “ela começa a ser santa quando”, ou “bom, tem alguns membros que dão certo e outros nem tanto”.

Eu e você, pecadores, de forma misteriosa, somos inseridos nesse Corpo vivo e santo que é a santa Igreja, pois realmente é “na Igreja que se encontra ‘a plenitude dos meios de salvação’”. Eu e você os recebemos e os comunicamos aos demais.

Abordemos agora as perguntas que intitulam o texto. Acho que a melhor fonte para respondê-las é a Palavra de Deus, que é viva e eficaz, e sempre fala ao presente. Na verdade, a Bíblia toda tem muito a nos dizer, foquemos hoje num dos seus livros, a I carta aos Tessalonicenses (5,16-18), que agora é dirigida também a nós:

“Vivei sempre alegres. Rezai continuamente. Em todas as ocasiões dai graças a Deus. Esta é a vontade de Deus a respeito de vós em Cristo Jesus”.

Alegria, oração, gratidão. Os que temos alguns anos na caminhada, sabemos que essas três palavrinhas – se pretendemos vivê-las em Cristo e não apenas como sentimentos fugazes –são um enorme desafio.

Busquemos ver isso numa vida concreta. O texto do Catecismo que citamos antes dirige nosso olhar para Maria. Nela, a Igreja “é já totalmente santa”. As palavras dela durante a Visitação (Lc 1,46-55) expressam o caminho feito: de uma parte, o percurso da sua fé (sobretudo do mistério realizado no Anúncio do anjo), por outra, a projeção da mesma (na Visitação e nos demais mistérios de Cristo).

Qual a forma concreta que isso tem que tomar hoje na sua vida? Difícil dizer. Maria e Paulo o fizeram por caminhos um tanto diversos. Qual o fundamento e o mapa de rota para isso? Como o insinuamos antes, é um: Cristo. Por isso, não é estranho que Ele tenha Se revelado como “o Caminho” (Jo 14,6).

 

Fonte: A12