Quando o ser humano não crê em Deus (sob qualquer denominação), ou sua fé é fraca, deficiente, um pouco esclarecida, inevitavelmente o lugar divino na alma será ocupado por algum tipo de substituto. Isto porque a nossa natureza inclui uma espiritualidade ligada diretamente a Deus, que não pode ser propriamente “eliminada”.
Diversos “ídolos”, assim, podem vir a querer tomar em nós o lugar do Pai. Nas religiões antigas, por exemplo, Ísis e outros do panteão egípcios, ou seres mitológicos greco-romanos como Zeus/Júpiter, ou modernamente todo tipo de seres fantásticos das conexões esotéricas, ou ainda a “Natureza” sob várias formas, ou mesmo o diabo, no satanismo explícito ou disfarçado (o que inclui também muitas formas de esoterismo e outras implicações…).
Por vezes, até os ateus, ainda que não reconheçam a figura de um Deus, ou “deuses”, acabam por idolatrar o dinheiro, o poder, o prazer , enfim, algo meramente material , que passa a ser o “mais importante” das suas vidas.
A verdade é que qualquer um dos demais “deuses” conduzirão, na prática, à idolatria das coisas materiais, pois só a Trindade pode oferecer uma verdadeira vida sobrenatural, que transcende a matéria e dignifica a alma humana, de existência infinita.
Mas, em alguns casos, o ídolo material não preenche suficientemente a ânsia espiritual, e daí surgem as superstições – opiniões “religiosas” sem base racional, em geral preconceituosas, ou por medo ou ignorância, que levam a criar falsas obrigações, a temer coisas inócuas, a depositar confiança em coisas ineficazes e absurdas, como “presságios” ou sinais; atribuição ilógica de poderes mágicos a certas práticas ou objetos.
Há inúmeras linhas de pensamento supersticioso, desde ideias banais como “ter azar se um gato preto passar na sua frente” , a falsas propostas mais elaboradas , como a astrologia, o tarô, jogo de búzios, etc. , muitas dessas diretamente relacionadas a religiões anímicas (aquelas que atribuem sentido espiritual a qualquer figura).
De certa forma, várias teorias de reencarnação podem igualmente ser incluídas neste grupo, porque não apresentam apoio propriamente racional e usam de práticas e/ou objetos algo “mágicos” para “se comunicar” com diversos tipos de espíritos.
A tendência supersticiosa num ato é mais compreensível, pois a necessidade do sobrenatural é inseparável do ser humano. Infelizmente, há casos piores: muitos crentes, incluindo, tristemente, católicos (ou pelo menos vários que pensam estar na Igreja…) entendem ser possível acrescentar tais crenças à religião.
Porém, a fé católica se apoia tanto na Razão quanto na Fé (a Encíclica Fides et Ratio, de São João Paulo II, esclarece brilhantemente este ponto).
A Igreja sempre condenou as superstições, porque elas se afastaram de Deus. Quando há algo de verdade sobrenatural nelas, vem do diabo, que se aproveita desta fé distorcida para enganar a humanidade. Deus nos dá a Razão e a Fé justamente para que possamos conhecê-Lo e segui-Lo de forma correta.
Fonte: A12