Papa: “Devemos pensar em Deus como a carícia que nos mantém vivos”
Papa: “Devemos pensar em Deus como a carícia que nos mantém vivos”
Na Audiência Geral, Francisco convidou a ler uma passagem do Evangelho e a medita-la em família
Na manhã desta quarta-feira (26), o Papa Francisco chegou à Praça de São Pedro no jipe branco aberto para a Audiência Geral, onde encontrou fiéis e peregrinos que já o aguardavam com muitos cânticos e festa. O Santo Padre parou várias vezes para cumprimentar e abençoar os presentes, especialmente as crianças.
Depois da leitura do Evangelho em várias línguas relatando o episódio de Marta e Maria, o Santo Padre se dirigiu aos presentes, continuando o ciclo de catequeses sobre a família.
Depois de refletir sobre os aspectos da festa e do trabalho na vida familiar, hoje o Papa falou sobre a oração.
O Santo Padre, embora reconhecendo que nas famílias às vezes há uma lamentação sincera por não ter tempo para rezar, convidou não só a rezar, mas a cultivar no coração um amor "quente" por Deus, um amor afetuoso, e a questionar se pensamos em Deus apenas como alguém que controla nossas atitudes.
O espírito de oração – disse o Pontífice – se baseia no grande mandamento: “Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda tua alma e com todas as tuas forças". A oração é alimentada pelo afeto por Deus.
E acrescentou que precisamos sentir Deus "como a carícia que nos mantém vivos e antes, carícia da qual nada, nem mesmo a morte pode nos separar".
É limitado pensar em Deus apenas como “um grande Ser todo-poderoso, num Juiz que tudo vê e controla nossas atitudes”. Isso é verdade – disse ele- mas apenas quando há afeto é compreendido". “Ele pensa em nós e, sobretudo, nos ama! Não é impressionante?”.
Francisco reiterou a necessidade do afeto por Deus que “acende o fogo do espírito da oração”, senão, apenas multiplicamos as nossas palavras, “como fazem os pagãos”.
O Pontífice destacou que um coração possuído pelo afeto por Deus transforma em oração mesmo um pensamento sem palavras, ou uma invocação diante de uma imagem sagrada, ou um beijo enviado para uma igreja. “É bonito quando as mães ensinam aos seus filhos pequeninos a mandar um beijo a Jesus ou à Virgem Maria” – disse o Papa -.
Ele explicou que o Espírito Santo nos ensina a dizer "Abba”- “Pai", como dizia Jesus, um modo de rezar que nunca poderíamos encontrar sozinhos. Um dom – disse ele – que se aprende a pedir na família, com a mesma naturalidade com que se diz pai ou a mãe.
Embora reconhecendo que as famílias têm pouco tempo, o Papa sublinhou que o espírito de oração devolve o tempo a Deus, para encontrar a paz das coisas necessárias, e descobrir a alegria dos dons inesperados.
Referindo-se à leitura do Evangelho de hoje, ele disse que Marta e Maria aprenderam de Deus a harmonia dos ritmos familiares: a festa, o trabalho e a oração, e Marta aprendeu que escutar o Senhor era a coisa realmente essencial.
Assim, Francisco convidou a ler uma passagem do Evangelho todos os dias e questionou: “Existe esta familiaridade nas nossas famílias? Temos em casa o Evangelho? O abrimos de vez em quando para lê-lo juntos? Meditamo-lo recitando o rosário?”. Porque – continuou – é como “um bom pão que alimenta o coração de todos”.
Por fim, ele partilhou uma coisa que leva no coração e que viu em muitas cidades: “muitas crianças ainda não aprenderam a fazer o sinal da cruz”. E pediu: “Mães, pais, ensinem suas crianças a rezar e a fazer o sinal da Cruz; é um dever muito bonito dos pais!”.
Depois da catequese, Francisco saudou os peregrinos em diversos idiomas. Em português, ele disse: “Queridos peregrinos de língua portuguesa, bem-vindos! Saúdo cordialmente os fiéis presentes das diversas paróquias de Portugal e o grupo dos novos estudantes do Colégio Pio Brasileiro. O Senhor vos abençoe, para serdes em toda a parte farol de luz do Evangelho para todos. Possa esta peregrinação fortalecer nos vossos corações o sentir e o viver com a Igreja. Nossa Senhora acompanhe e proteja a vós todos e aos vossos entes queridos”.
Fonte: Zenit.org
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