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Não deixemos o compromisso cristão se enfraquecer

Mensagem da Assembleia Ordinária dos Bispos da América Central

VALLE DE ÁNGELES, terça-feira, 29 de novembro de 2011 (ZENIT.org) – Na mensagem final de sua Assembleia Ordinária, os bispos da América Central pedem às pessoas que vivem na região não obscurecerem nem enfraquecerem seu compromisso cristão. Os prelados dos países centro-americanos, que se reuniram de 21 a 25 de novembro em Valle de Ángeles, Honduras, também observam com alegria que o povo da América Central "não perde a esperança", mesmo na dificuldade e na dor.

A primeira parte do texto foca a parábola do trigo e do joio, destacando que "Jesus nos ensina que o Reino de Deus encontra o seu caminho na história através do pecado e do mal do homem".

Eles reconhecem como "semente boa, sinal do Reino, o amor pela vida, enraizado no coração dos nossos povos e próprio da nossa cultura, mesmo se vivido em meio às ervas daninhas de uma violência alarmante, que assume muitas formas e tem diversos agentes: o crime organizado, o tráfico de drogas, a crescente violência social".

Além de soluções sócio-econômicas que os Estados e a sociedade têm que implementar para conter e reprimir o crescimento desse flagelo, “nós, cristãos”, dizem os bispos, “temos que nos esforçar para seguir o Cristo Redentor”.

“Sabendo que a boa semente do Reino de Deus continua a crescer entre as ervas daninhas, não permitamos que o nosso compromisso cristão de viver e proclamar os valores do Evangelho seja obscurecido ou enfraquecido”, exortam.

Em segundo lugar, os bispos da América Central relembram a parábola do grão de mostarda, “com a qual Jesus nos ensina que o Reino de Deus não vem necessariamente através de gestos ou de ações grandiosas, mas em silêncio, com as realizações humanas, inicialmente pequenas ou limitadas”.

Os bispos reconhecem com alegria “alguns sinais de vida da Igreja, que, como um grão de mostarda, podem parecer pequenos, mas já dão muitos frutos nas nossas comunidades”.

Entre eles, os bispos apontam “a espiritualidade profunda do nosso povo americano, que se agarra ao amor de Deus e não perde a esperança, mesmo enfrentando situações dramáticas de dificuldade e dor", bem como a dedicação de tantos sacerdotes, religiosos e leigos generosos, que dão testemunho de Cristo e servem à Igreja em meio a muitas limitações e sacrifícios.

Além disso, eles citam "o caminho da renovação de muitas das nossas paróquias, que está ganhando força apesar de alguma resistência pessoal e estrutural".

Outro sinal "extremamente encorajador é a fé entusiasta de muitos jovens", amigos e discípulos de Cristo, que certamente são e continuarão a ser o fermento de renovação da nossa sociedade à luz do Evangelho".

Finalmente, os bispos recordam a parábola do semeador, "com a qual Jesus anuncia com otimismo o Reino dos Céus, com suas palavras e atos, sem excluir ninguém do plano de Deus".

“É o nosso maior desejo, como bispos da América Central, o de que a nossa Igreja não cesse de semear o Evangelho com zelo missionário, tornando-se uma poderosa fonte de radiação de vida em Cristo (Aparecida, 362), comprometida com uma vida melhor e mais digna para todos, especialmente para os pobres e marginalizados da sociedade”.

“Faremos o possível para viver a nossa fé como uma forma de discipulado missionário, fruto de um encontro continuamente renovado e profundo com Jesus Cristo, vivido em comunhão e em participação ativa dentro da comunidade cristã e manifestado profeticamente no testemunho significativo e eficaz dos valores do Evangelho na sociedade”.

Os bispos da América Central também expressaram sua profunda gratidão ao Adveniat, organismo da Conferência Episcopal Alemã que completa seu quinquagésimo ano de fundação, e a todo o povo católico da Alemanha. Criado pelos bispos alemães para apoiar o caminho de evangelização da Igreja na América Latina, o Adveniat "tem-se mostrado sempre próximo e generoso diante das necessidades das nossas igrejas na América Central".