Muitos temem ser vulneráveis porque se acredita que vulnerabilidade é sinônimo de fraqueza, até que ponto isso é verdade? Vamos descobrir!
Vulnerabilidade é a capacidade de nos abrirmos e nos mostrarmos como realmente somos, mostrarmos nossas necessidades, sentimentos, experiências e, ao mesmo tempo, nossas fraquezas ou feridas. É por isso que muitas vezes escondemos o facto de estarmos vulneráveis numa situação, porque isso nos faz sentir expostos.
A verdade é que, quer escondamos ou não, somos vulneráveis; O nascimento é o momento em que estamos mais vulneráveis, pois necessitamos do cuidado e do carinho dos nossos pais. Ou seja, cria-se um sentimento de dependência, onde precisamos deles para podermos nos alimentar, nos vestir, tomar banho, entre outras tarefas básicas.
Vulnerabilidade não é sinônimo de fraqueza
Quando nos sentimos vulneráveis, muitas vezes comparamos isso a uma fraqueza, principalmente quando se trata de expressar nossos sentimentos a outra pessoa, pois corremos o risco de sermos magoados ou de ter nossas boas intenções aproveitadas em um trabalho ou em um relacionamento.
Experimentar sentimentos de medo, nervosismo e incerteza é normal; especialmente quando se trata de uma pessoa que acabamos de conhecer ou de um novo projeto que vamos iniciar.
Talvez sejam essas mesmas sensações que nos permitem construir relacionamentos fortes e duradouros, bem como vivenciar a felicidade em cada conquista. No final, toda decisão importante é acompanhada de incerteza, mas pensar no resultado que ela pode trazer faz com que valha a pena tentar.
Vulnerável diante de Deus
Se abrirmos nossos corações para Deus, ganharemos tudo. Ele é o primeiro com quem devemos ser vulneráveis, abrir-lhe o coração e apresentar tudo o que está dentro; apresentar-nos como somos, incluindo nossas imperfeições. Ele sempre repara nossos corações e nos dá as ferramentas necessárias para alcançar nossos propósitos.
O Papa Francisco explicou numa das suas homilias que “uma das coisas mais difíceis da vida é reconhecer a própria vulnerabilidade”. Por outro lado, enfatizou que “todos nós somos vulneráveis, frágeis, fracos e precisamos ser curados”. Quem nos dá essa cura é o próprio Deus.
Parte da nossa essência
A acadêmica Brené Brown, que pesquisou o tema vulnerabilidade, compartilhou em uma de suas palestras que “abordar a vulnerabilidade nos traz as coisas boas que realmente desejamos”.
Isso significa que é necessário que nos deixemos ver e ouvir como somos, sem nos compararmos ou nos sentirmos insuficientes para alcançar qualquer um dos nossos objetivos.
A partir daí, ele propõe três pontos essenciais que nos ajudarão a compreender e enfrentar a nossa vulnerabilidade.
1. Abandonando o “perfeito”
em tudo o que fazemos e nos preocupamos muito com a imagem que temos perante os outros; mas, para ser claro, a perfeição não existe e não nos leva a outro lugar senão à constante decepção, raiva e vergonha quando algo não sai como planejado.
2. Alimente a autocompaixão
Pense em você e trate-se como se fosse um de seus amigos. Geralmente zelamos pelo seu bem e lhes contamos as coisas com respeito e carinho, não somos duros com eles; é assim que devemos nos valorizar e nos tratar.
3. Não reprima emoções
Quando escondemos nossos sentimentos e emoções, a única coisa que fazemos é causar danos a nós mesmos, pois ficamos cheios de ansiedade, estresse e, às vezes, escapamos desses sentimentos reprimidos através de algum vício ou mau hábito.
Reprimir as emoções por medo de senti-las é como tentar parar a chuva com as mãos; e mais cedo ou mais tarde isso se refletirá na sua saúde física e mental.
4. Abrace a alegria
Por fim, este ponto nos ajudará a compreender que não podemos ter o controle de tudo e que, como humanos, somos vulneráveis a muitas coisas, mas o importante é que, apesar disso, somos dignos de vivenciar a alegria.
Fonte: Aleteia
Imagem: AYO | Obturador