Liturgia Diária

LITURGIA DO DIA 28 DE JANEIRO DE 2025

TERÇA-FEIRA – SANTO TOMÁS DE AQUINO – PRESBÍTERO E DOUTOR DA IGREJA
(branco, pref. comum, ou dos pastores ou dos doutores – ofício da memória)
Antífona da entrada
No meio da Igreja o Senhor abriu os seus lábios, encheu-o com o espírito de sabedoria e inteligência e o revestiu com um manto de glória (Eclo 15,5).
Primeira Leitura: Hebreus 10,1-10
Leitura da carta aos Hebreus – Irmãos, 1a Lei possui apenas o esboço dos bens futuros e não o modelo real das coisas. Também, com os seus sacrifícios sempre iguais e sem desistência repetidos cada ano, ela é totalmente incapaz de levar à perfeição aqueles que se aproximam para oferecê-los. 2Se não fosse assim, não se teria deixado de oferecê-los se os que prestam culto, uma vez purificados, já não tivessem nenhuma consciência dos pecados? 3Mas, ao contrário, é por meio desses sacrifícios que, anualmente, se renova a memória dos pecados, 4pois é impossível eliminar os pecados com o sangue de touros e bodes. 5Por isso, ao entrar no mundo, Cristo afirma: “Tu não quiseste vítima nem oferenda, mas formaste-me um corpo. 6Não foram do teu agrado holocaustos nem sacrifícios pelo pecado. 7Por isso eu disse: Eis que eu venho. No livro está escrito a meu respeito: Eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade”. 8Depois de dizer: “Tu não quiseste nem te agradaram vítimas, oferendas, holocaustos, sacrifícios pelo pecado” – coisas oferecidas segundo a Lei -, 9ele acrescenta: “Eu vim para fazer a tua vontade”. Com isso, suprime o primeiro sacrifício para estabelecer o segundo. 10É graças a essa vontade que somos santificados pela oferenda do corpo de Jesus Cristo, realizada uma vez por todas. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 39(40)
Resposta: Eis que venho fazer, com prazer, / a vossa vontade, Senhor!
1. Esperando, esperei no Senhor, / e, inclinando-se, ouviu meu clamor. / Canto novo ele pôs em meus lábios, / um poema em louvor ao Senhor. – R.
2. Sacrifício e oblação não quisestes, / mas abristes, Senhor, meus ouvidos; / não pedistes ofertas nem vítimas, † holocaustos por nossos pecados. / E então eu vos disse: “Eis que venho!” – R.
3. Boas-novas de vossa justiça † anunciei numa grande assembleia; / vós sabeis: não fechei os meus lábios! – R.
4. Proclamei toda a vossa justiça, † sem retê-la no meu coração; / vosso auxílio e lealdade narrei. / Não calei vossa graça e verdade / na presença da grande assembleia. – R.
Aclamação ao Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Graças te dou, ó Pai, / Senhor do céu e da terra, / pois revelaste os mistérios do teu Reino aos pequeninos, / escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25) – R.
Evangelho: Marcos 3,31-35
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 31chegaram a mãe de Jesus e seus irmãos. Eles ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo. 32Havia uma multidão sentada ao redor dele. Então lhe disseram: “Tua mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura”. 33Ele respondeu: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?” 34E, olhando para os que estavam sentados ao seu redor, disse: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos. 35Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. – Palavra da salvação.
Liturgia comentada
Quem faz a vontade de Deus… (Mc 3,31-35)
Este exato Evangelho figura entre aquelas passagens que foram citadas pelo Concílio Vaticano II, na Constituição Dogmática Lumen Gentium, sobre a Igreja.
A cena mostra Jesus fazendo diante da multidão uma interessante distinção entre duas modalidades de “maternidade” e de “fraternidade”. De um lado, estão os vínculos biológicos, carnais, que dão origem às famílias e às linhagens humanas; de outro, a vinculação que deriva da obediência e do seguimento à Palavra de Deus. E Jesus deixa claro que a segunda modalidade supera a primeira. Fazer a vontade de Deus vincula mais que a simples hereditariedade.
E os Padres conciliares souberam aplicar esta passagem ao papel de Maria, Mãe de Deus, no ministério público de Jesus. A frase de Jesus, longe de desmerecer sua Mãe, dirige nosso olhar para a importância da missão que ela desempenhou, obviamente superior à simples geração “na carne”. Que diz o Concílio?
“No decurso da pregação de seu Filho, ela recebeu as palavras pelas quais, exaltando o Reino acima de raças e vínculos de carne e sangue, Ele proclamou bem-aventurados os que ouvem e guardam a Palavra de Deus (cf. Mc 3,35; Lc 11,27-28), tal como ela mesma fielmente o fazia (cf. Lc 2,19.51). Assim, a B. Virgem avançou em peregrinação de fé. Sustentou fielmente sua união com o Filho até a Cruz, onde esteve não sem o desígnio divino (cf. Jo 19,25). Veementemente sofreu junto com seu Unigênito. E com ânimo materno se associou a seu sacrifício, consentindo com amor na imolação da vítima por ela mesma gerada. Finalmente, pelo próprio Cristo Jesus moribundo na cruz, foi com estas palavras dada como mãe ao discípulo: ‘Mulher, eis aí teu filho’ (cf. Jo 19,26-27).” (LG, 58)
Uma nota da Bíblia de Navarra comenta: “Jesus não disse essas palavras para renegar sua mãe, mas para mostrar que não só é digna de honra por ter gerado Cristo, mas também pelo cortejo de todas as virtudes”.
A exemplo de Maria, todo cristão é convidado a “gerar” filhos e irmãos na fé por meio da obediência à Palavra de Deus, sem a qual nenhuma fecundidade será possível às nossas comunidades. E a nova família que assim é gerada sempre foi mais unida e estável que os laços carnais da família humana.
Orai sem cessar: “Minha eterna herança são os teus decretos!” (Sl 119,111)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.