Liturgia Diária

LITURGIA DO DIA 26 DE JANEIRO DE 2022

QUARTA-FEIRA – SANTOS TIMÓTEO E TITO – BISPOS E DISCÍPULOS DE PAULO
(branco, pref. comum, ou dos pastores, – ofício da memória)

Antífona da entrada
Velarei sobre as minhas ovelhas, diz o Senhor; chamarei um pastor que as conduza e serei o seu Deus (Ez 34,11.23s).

Primeira Leitura: 2 Timóteo 1,1-8
Início da segunda carta de São Paulo a Timóteo – 1Paulo, apóstolo de Jesus Cristo pelo desígnio de Deus referente à promessa de vida que temos em Cristo Jesus, 2a Timóteo, meu querido filho: graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor! 3Dou graças a Deus – a quem sirvo com a consciência pura, como aprendi dos meus antepassados – quando me lembro de ti, dia e noite, nas minhas orações. 4Lembrando-me das tuas lágrimas, sinto grande desejo de rever-te e assim ficar cheio de alegria. 5Recordo-me da fé sincera que tens, aquela mesma fé que antes tiveram tua avó Loide e tua mãe, Eunice. Sem dúvida, assim é também a tua. 6Por esse motivo, exorto-te a reavivar a chama do dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos. 7Pois Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e sobriedade. 8Não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor nem de mim, seu prisioneiro, mas sofre comigo pelo Evangelho, fortificado pelo poder de Deus. – Palavra do Senhor.
Leitura opcional: Tito 1,1-5.

Salmo Responsorial: 95(96)
Resposta: Anunciai entre as nações os grandes feitos do Senhor!
1. Cantai ao Senhor Deus um canto novo, † cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira! / Cantai e bendizei seu santo nome! – R.
2. Dia após dia anunciai sua salvação, † manifestai a sua glória entre as nações / e, entre os povos do universo, seus prodígios! – R.
3. Ó família das nações, dai ao Senhor, † nações, dai ao Senhor poder e glória, / dai-lhe a glória que é devida ao seu nome! – R.
4. Publicai entre as nações: “Reina o Senhor!” † Ele firmou o universo inabalável, / e os povos ele julga com justiça. – R.

Aclamação ao Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
O Espírito do Senhor repousa sobre mim / e enviou-me a anunciar aos pobres o Evangelho (Lc 4,18). – R.

Evangelho: Lucas 10,1-9
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 1o Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. 2E dizia-lhes: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita. 3Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. 4Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! 5Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ 6Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós. 7Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa. 8Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, 9curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós’”. – Palavra da salvação.

Liturgia comentada
Nem dinheiro, nem sacola… (Lc 10,1-9)
De fato, Jesus não pensa como nós pensamos… Quando temos uma tarefa a assumir, nossa principal preocupação consiste em reunir os recursos, os meios, as ferramentas de ação. Jamais sairíamos de mãos abanando…
Não foi assim quando Jesus enviou as 36 duplas de discípulos à sua frente com a missão de preparar o caminho do Mestre. Quem comenta é o monge André Louf:
“As palavras que Jesus dirige a seus discípulos antes de enviá-los em missão, não são palavras fáceis. Elas não dissimulam em nada a extensão e a dificuldade do trabalho. Os meios que estarão à disposição deles, dos quais poderão ter urgente necessidade para o cumprimento da missão, não são previamente garantidos. Na partida, tais meios são até inexistentes: ‘Não levem dinheiro, nem sacola, nem sandálias’. O discípulo de Jesus não se carrega de nada inutilmente. Ele não se apoia sequer em relacionamentos humanos que lhe poderiam ser úteis em situações oportunas: ‘Não se demorem em saudações no caminho’”.
Que esperar de uma tarefa tão pesada com a extrema ausência de recursos? Dificuldades, é claro! Uma das perspectivas é que a mensagem deles seja rejeitada. Sendo assim, inútil insistir: sacudir a poeira dos pés e seguir adiante. E prosseguir na missão: anunciar a proximidade do Reino de Deus e… curar os doentes. Mas curar com quê? Não levam sacola com remédios, não são formados em medicina. Seria uma tarefa sobre-humana para aquela gente simples que Jesus reunira à sua volta?
Bem, com certeza não é uma tarefa “humana”. A missão do discípulo não pode ser realizada com recursos humanos. Não basta que o pregador domine a oratória. Não basta que o missionário domine o idioma estrangeiro. Não basta que o padre domine a ação litúrgica. É preciso algo mais…
Estamos falando da Graça de Deus. André Louf explica: “O operário do Reino não é tanto aquele que o anuncia, mas Deus em pessoa é que toma a palavra e opera através dele. Inútil sobrecarregar-se, onerar-se, levar-se demasiado a sério. Vale mais desembaraçar-se, despojar-se, a fim de deixar que Deus aja nele, mais que agir ele próprio”.
Está claro: é Deus quem age no discípulo. Falar pouco, ouvir muito. Deixar-se guiar, mais que guiar os outros. Abrir espaço para o Senhor…
Orai sem cessar: “Até ali, Senhor, a tua mão me guiará!” (Sl 139,10)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.