LITURGIA DO DIA 26 DE FEVEREIRO DE 2025
QUARTA-FEIRA DA 7ª SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde – ofício do dia)
Antífona da entrada
Confiei no vosso amor, Senhor. Meu coração, por vosso auxílio, rejubile, E que eu vos cante pelo bem que me fizestes! (Sl 12,6)
Primeira Leitura: Eclesiástico 4,12-22
Leitura do livro do Eclesiástico – 12A sabedoria comunica a vida a seus filhos e acolhe os que a procuram. 13Os que a amam, amam a vida; os que a procuram desde manhã cedo serão repletos de alegria pelo Senhor. 14Quem a ela se apega herdará a glória; para onde for, Deus o abençoará. 15Os que a veneram prestam culto ao Santo; pois Deus ama os que a amam. 16Quem a escutar julgará as nações; quem a ela se dedicar viverá em segurança. 17Se alguém confiar nela vai recebê-la em herança, e na sua posse continuarão seus descendentes. 18No começo, ela o acompanha por caminhos contrários, 19trazendo-lhe temor e tremor; começa a prová-lo com a sua disciplina, até que ele a tenha em seus pensamentos e nela deponha sua confiança. 20Então voltará a ele em linha reta, o confirmará e lhe dará alegria, 21lhe revelará os seus segredos e lhe dará o tesouro da ciência e da compreensão da justiça. 22Se, porém, se desviar, ela o abandonará e o entregará às mãos de seu inimigo. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 118(119)
Resposta: Os que amam vossa lei têm grande paz.
1. Os que amam vossa lei têm grande paz, / e não há nada que os faça tropeçar. – R.
2. Serei fiel à vossa lei, vossa aliança; / os meus caminhos estão todos ante vós. – R.
3. Que prorrompam os meus lábios em canções, / pois me fizestes conhecer vossa vontade! – R.
4. Desejo a vossa salvação ardentemente / e encontro em vossa lei minhas delícias! – R.
5. Possa eu viver e para sempre vos louvar; / e que me ajudem, ó Senhor, vossos conselhos! – R.
Aclamação ao Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Sou o caminho, a verdade e a vida, / ninguém vem ao Pai, senão por mim (Jo 14,6). – R.
Evangelho: Marcos 9,38-40
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 38João disse a Jesus: “Mestre, vimos um homem expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não nos segue”. 39Jesus disse: “Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim. 40Quem não é contra nós é a nosso favor”. – Palavra da salvação.
Liturgia comentada
Está a nosso favor… (Mc 9,38-40)
Vivemos uma época de desencontros, divergências, polarização. Está na moda riscar o mapa e dividir o território em dois espaços: “o nosso” e “o deles”. Deixamos de lado os numerosos pontos em comum para acentuar as mínimas diferenças.
E esta destruidora ilusão de posse (no fundo, é isto: posse da razão, posse da verdade, posse do melhor processo…) chega a contaminar também a própria religião, a pastoral, a evangelização. Quem não reza pelo nosso manual “não é dos nossos”. Mais um pouquinho e nós vamos chamá-lo de herege e emitir anátemas!
Neste Evangelho, é o apóstolo João, um dos dois “filhos do trovão”, quem manifesta um acesso de ciúmes porque alguém “fora de seu círculo” estava usando o nome do Mestre em seus exorcismos. E Jesus precisa refrear suas faíscas, ensinando uma lição que não podemos desprezar: “Quem não é contra nós está a nosso favor”.
Jean Valette alerta para o risco de nos tornarmos uma Igreja farisaica: determinar rigorosamente as prerrogativas, traçar as fronteiras e, finalmente, sufocar o Espírito, pretendendo que sua atuação só poderia ser exercida através dos canais previstos.
Ora, o Espírito sopra onde quer (Jo 3,8), não pode ser controlado. Desconfio até mesmo da expressão “possuir o Espírito Santo”, pois, na verdade, é ele quem nos possui.
“Aqui – continua Jean Valette -, o que aparece de maneira desconcertante é a confiante humildade do Mestre. Certamente, o exorcista não se apresentou como seu discípulo. Mas Jesus olha para a pessoa e para aquilo que ela faz. A confiança de Jesus em Deus é absoluta: aqui está um homem que não me segue e que expulsa os demônios. E como Satã não pode expulsar Satã, é pela vontade e pela força de Deus que ele os expulsa”.
Então, é preciso reconhecer que Deus é livre para agir fora de nosso estreito círculo de perfeitos (bem, nem tão perfeitos…). Deus tem muitos servidores “do outro lado”. E nós fôssemos mais santos, pode ser que eles estivessem do “nosso lado”.
De qualquer modo, veremos no céu esses outros servidores. Claro, se nós chegarmos ao céu…
Orai sem cessar: “Tenho outras ovelhas que não são deste redil.” (Jo 10,16)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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