Liturgia Diária

LITURGIA DO DIA 25 DE JANEIRO DE 2022

TERÇA-FEIRA – CONVERSÃO DE SÃO PAULO
(branco, glória, prefácio dos apóstolos I, – ofício da festa)

Antífona da entrada
Sei em quem acreditei; e estou certo de que o justo juiz conservará a minha fé até o dia de sua vinda (2Tm 1,12; 4,8).

Primeira Leitura: Atos 22,3-16
Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, Paulo disse ao povo: 3“Eu sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas fui criado aqui nesta cidade. Como discípulo de Gamaliel, fui instruído em todo o rigor da Lei de nossos antepassados, tornando-me zeloso da causa de Deus, como acontece hoje convosco. 4Persegui até a morte os que seguiam esse caminho, prendendo homens e mulheres e jogando-os na prisão. 5Disso são minhas testemunhas o sumo sacerdote e todo o conselho dos anciãos. Eles deram-me cartas de recomendação para os irmãos de Damasco. Fui para lá a fim de prender todos os que encontrasse e trazê-los para Jerusalém, a fim de serem castigados. 6Ora, aconteceu que, na viagem, estando já perto de Damasco, pelo meio-dia, de repente uma grande luz que vinha do céu brilhou ao redor de mim. 7Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: ‘Saulo, Saulo, por que me persegues?’ 8Eu perguntei: ‘Quem és tu, Senhor?’ Ele me respondeu: ‘Eu sou Jesus, o Nazareno, a quem tu estás perseguindo’. 9Meus companheiros viram a luz, mas não ouviram a voz que me falava. 10Então perguntei: ‘Que devo fazer, Senhor?’ O Senhor me respondeu: ‘Levanta-te e vai para Damasco. Ali te explicarão tudo o que deves fazer’. 11Como eu não podia enxergar, por causa do brilho daquela luz, cheguei a Damasco guiado pelas mãos dos meus companheiros. 12Um certo Ananias, homem piedoso e fiel à Lei, com boa reputação junto de todos os judeus que aí moravam, 13veio encontrar-me e disse: ‘Saulo, meu irmão, recupera a vista!’ No mesmo instante, recuperei a vista e pude vê-lo. 14Ele, então, me disse: ‘O Deus de nossos antepassados escolheu-te para conheceres a sua vontade, veres o Justo e ouvires a sua própria voz. 15Porque tu serás a sua testemunha, diante de todos os homens, daquilo que viste e ouviste. 16E agora, o que estás esperando? Levanta-te, recebe o batismo e purifica-te dos teus pecados, invocando o nome dele!’” – Palavra do Senhor.
Leitura opcional: Atos 9,1-22.

Salmo Responsorial: 116(117)
Resposta: Ide por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho.
1. Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes, / povos todos, festejai-o! – R.
2. Pois comprovado é seu amor para conosco, / para sempre ele é fiel! – R.

Aclamação ao Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos designei para que vades e deis frutos / e o vosso fruto permaneça, assim disse o Senhor (Jo 15,16). – R.

Evangelho: Marcos 16,15-18
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, Jesus se manifestou aos onze discípulos 15e disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! 16Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. 17Os sinais que acompanharão aqueles que crerem serão estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas; 18se pegarem em serpentes ou beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal algum; quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados”. – Palavra da salvação.

Liturgia comentada
Por todo o mundo! (Mc 16, 15-18)
O campo do Evangelho é a terra inteira! Ninguém está excluído do anúncio da salvação. A Boa Nova não é privilégio exclusivo de 144.000 assinalados. Afinal, “Deus quer que todos os homens se salvem” (cf. 1Tm 2, 4). E o próprio Jesus garantiu: “Quando eu for erguido, atrairei todos os homens a mim!” (Jo 12, 32.) Nos últimos tempos, cresceu uma deriva teológica que nega este aspecto universal (e, por isso mesmo, “católico”) da missão da Igreja. Chegam a chamar de “genocídio cultural” o trabalho de evangelização realizado junto aos povos não-cristãos.
Em sua brilhante Carta Encíclica “Redemptoris Missio” [A Missão do Redentor], o saudoso Papa João Paulo II escreveu: “As várias formas do mandato missionário contêm pontos em comum, mas também acentos próprios de cada evangelista; dois elementos, de fato, encontram-se em todas as versões. Antes de mais, a dimensão universal da tarefa conferida aos Apóstolos: ‘todas as nações’ (Mt 28, 19); ‘pelo mundo inteiro, a toda criatura’ (Mc 16, 15); ‘todos os povos’ (Lc 24, 47); ‘até os confins do mundo’ (At 1, 8). Em segundo lugar, a garantia, dada pelo Senhor, de que, nesta tarefa, não ficarão sozinhos, mas receberão a força e os meios para desenvolver a sua missão…” (RMi, 23.)
Mais adiante, o Papa observava: “O Senhor Jesus enviou os seus Apóstolos a todas as pessoas, a todos os povos e a todos os lugares da terra. Nos Apóstolos, a Igreja recebeu uma missão universal, sem limites, referindo-se à salvação em toda a sua integridade, segundo a plenitude de vida que Cristo veio trazer (cf. Jo 10, 10): ela foi ‘enviada para manifestar e comunicar a caridade de Deus e todos os homens e povos’”. (RMi, 31.)
Se o anúncio do Evangelho de Jesus incomodar a sociedade indiana, onde as castas sociais fazem os homens desiguais, ou causar problemas para o governo chinês, devido à sua política demográfica de impor aos casais um único filho, não é o Evangelho que está errado. E o apelo evangélico a reformar estruturas sociais e econômicas injustas e desumanas não merece o rótulo de genocídio cultural, mas consiste, antes, em devolver ao homem sua dignidade perdida.
Foi este o trabalho de Paulo, apóstolo das nações. Oportunamente, ou não, levou a mensagem de Jesus Cristo a todos os quadrantes. Este é o exemplo a ser imitado. O mais é traição!

Orai sem cessar: “Anunciarei teu nome a meus irmãos!” (Hb 2, 12)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.