Liturgia Diária

LITURGIA DO DIA 24 DE JANEIRO DE 2022

SEGUNDA-FEIRA – SÃO FRANCISCO DE SALES – BISPO E DOUTOR DA IGREJA
(branco, pref. comum, ou dos pastores, – ofício da memória)

Antífona da entrada
Farei surgir um sacerdote fiel, que agirá segundo o meu coração e a minha vontade, diz o Senhor (1Sm 2,35).

Primeira Leitura: 2 Samuel 5,1-7.10
Leitura do segundo livro de Samuel – Naqueles dias, 1todas as tribos de Israel vieram encontrar-se com Davi em Hebron e disseram-lhe: “Aqui estamos. Somos teus ossos e tua carne. 2Tempo atrás, quando Saul era nosso rei, eras tu que dirigias os negócios de Israel. E o Senhor te disse: ‘Tu apascentarás o meu povo Israel e serás o seu chefe’”. 3Vieram, pois, todos os anciãos de Israel até o rei em Hebron. O rei Davi fez com eles uma aliança em Hebron, na presença do Senhor, e eles o ungiram rei de Israel. 4Davi tinha trinta anos quando começou a reinar e reinou quarenta anos: 5sete anos e seis meses sobre Judá, em Hebron, e trinta e três anos em Jerusalém, sobre todo Israel e Judá. 6Davi marchou então com seus homens para Jerusalém, contra os jebuseus que habitavam aquela terra. Estes disseram a Davi: “Não entrarás aqui, pois serás repelido por cegos e coxos”. Com isso queriam dizer que Davi não conseguiria entrar lá. 7Davi, porém, tomou a fortaleza de Sião, que é a cidade de Davi. 10Davi ia crescendo em poder, e o Senhor, Deus todo-poderoso, estava com ele. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 88(89)
Resposta: Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele.
1. Outrora vós falastes em visões a vossos santos: † “Coloquei uma coroa na cabeça de um herói / e do meio deste povo escolhi o meu eleito. – R.
2. Encontrei e escolhi a Davi, meu servidor, / e o ungi, para ser rei, com meu óleo consagrado. / Estará sempre com ele minha mão onipotente, / e meu braço poderoso há de ser a sua força. – R.
3. Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele, / sua força e seu poder, por meu nome, crescerão. / Eu farei que ele estenda sua mão por sobre os mares, / e a sua mão direita estenderei por sobre os rios”. – R.

Aclamação ao Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus Cristo salvador destruiu o mal e a morte; / fez brilhar pelo Evangelho a luz e a vida imperecíveis (2Tm 1,10). – R.

Evangelho: Marcos 3,22-30
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 22os mestres da Lei, que tinham vindo de Jerusalém, diziam que ele estava possuído por Belzebu e que pelo príncipe dos demônios ele expulsava os demônios. 23Então Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: “Como é que satanás pode expulsar a satanás? 24Se um reino se divide contra si mesmo, ele não poderá manter-se. 25Se uma família se divide contra si mesma, ela não poderá manter-se. 26Assim, se satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não poderá sobreviver, mas será destruído. 27Ninguém pode entrar na casa de um homem forte para roubar seus bens sem antes o amarrar. Só depois poderá saquear sua casa. 28Em verdade vos digo, tudo será perdoado aos homens, tanto os pecados como qualquer blasfêmia que tiverem dito. 29Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca será perdoado; será culpado de um pecado eterno”. 30Jesus falou isso porque diziam: “Ele está possuído por um espírito mau”. – Palavra da salvação.

Liturgia comentada
Se uma casa se divide… (Mc 3,22-30)
Como se recusavam a reconhecer nos milagres de Jesus um sinal da ação divina, os escribas o acusam de usar a força de Satã para expulsar os demônios. Jesus retruca: “se Satã expulsa seus próprios demônios, seu reino está dividido e acabará em ruínas”.
A observação do Mestre nos dá a oportunidade de refletir sobre a importância da unidade e os efeitos mortais da quebra da unidade, sejam os cismas na Igreja, as rupturas familiares e – talvez a causa de tudo – a perda da unidade pessoal.
O grande líder espiritual dos E.U.A., Dom Fulton Sheen, assim escrevia em seu livro clássico “Angústia e Paz”:
“O homem moderno não é mais uma unidade, mas um molho confuso de complexos e de nervos. Acha-se tão desassociado, tão alienado de si mesmo, que se vê menos como uma personalidade, do que como um campo de batalha, onde uma guerra civil se trava raivosa entre mil e uma antagônicas lealdades. Não há um propósito único, a todos os respeitos, em sua vida.”
Nada mais verdadeiro. De um lado, a consciência do que é bom, o apelo da virtude, os protestos do bem comum; de outro, a sedução do poder, a busca das facilidades, a sedução das paixões. Arrastado de lá para cá, o homem se vê partido e arruinado.
Prossegue a reflexão de Fulton Sheen: “Sua alma pode ser comparada a uma jaula, na qual numerosas feras, cada qual buscando sua própria presa, rolam uma sobre as outras. Pode ser ainda comparado a um rádio ligado para várias estações. Em vez de ouvir alguma delas claramente, recebe apenas uma estática intolerável”.
É hora de refletir: em qual emissora estou sintonizado? Na rede do mundo, com seus propósitos de poder e sucesso, de avareza e acumulação, de luxo e luxúria? Ou na emissora do Evangelho, que convida à vida simples e sóbria, à fraternidade e à partilha?
Se dou ouvidos às duas fontes e acolho todas as mensagens, com suas contradições irreconciliáveis, acabarei partido, neurótico, arruinado. Pior: espalharei a ruína e a divisão à minha volta…

Orai sem cessar: “Oh! Como é bom e agradável irmãos unidos viverem juntos!” (Sl 133,1)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.