Liturgia Diária

LITURGIA DO DIA 23 DE OUTUBRO DE 2024

QUARTA-FEIRA DA 29ª SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde – ofício do dia)
Antífona da entrada
Eu vos chamo, ó meu Deus, porque me ouvis, inclinai o vosso ouvido e escutai-me! Protegei-me qual dos olhos a pupila e abrigai-me à sombra de vossas asas (SI 16,6.8).
Primeira Leitura: Efésios 3,2-12
Leitura da carta de São Paulo aos Efésios – Irmãos, 2se ao menos soubésseis da graça que Deus me concedeu para realizar o seu plano a vosso respeito, 3como, por revelação, tive conhecimento do mistério, tal como o esbocei rapidamente. 4Ao ler-me, podeis conhecer a percepção que eu tenho do mistério de Cristo. 5Esse mistério, Deus não o fez conhecer aos homens das gerações passadas, mas acaba de o revelar agora, pelo Espírito, aos seus santos apóstolos e profetas: 6os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo por meio do Evangelho. 7Disso eu fui feito ministro pelo dom da graça que Deus me concedeu no exercício do seu poder. 8Eu, que sou o último de todos os santos, recebi esta graça de anunciar aos pagãos a insondável riqueza de Cristo 9e de mostrar a todos como Deus realiza o mistério desde sempre escondido nele, o criador do universo. 10Assim, doravante, as autoridades e poderes nos céus conhecem, graças à Igreja, a multiforme sabedoria de Deus, 11de acordo com o desígnio eterno que ele executou em Jesus Cristo, nosso Senhor. 12Em Cristo nós temos, pela fé nele, a liberdade de nos aproximarmos de Deus com toda a confiança. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: Is 12
Resposta: Com alegria bebereis do manancial da salvação.
1. Eis o Deus, meu salvador, eu confio e nada temo; † o Senhor é minha força, meu louvor e salvação. / Com alegria bebereis do manancial da salvação. – R.
2. E direis naquele dia: “Dai louvores ao Senhor, † invocai seu santo nome, anunciai suas maravilhas, / entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime. – R.
3. Louvai, cantando, ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos, / publicai em toda a terra suas grandes maravilhas! / Exultai, cantando alegres, habitantes de Sião, / porque é grande em vosso meio o Deus santo de Israel!” – R.
Aclamação ao Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vigiai, diz Jesus, vigiai, / pois, no dia em que não esperais, / o vosso Senhor há de vir (Mt 24,42.44). – R.
Evangelho: Lucas 12,39-48
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 39“Ficai certos, se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que arrombasse a sua casa. 40Vós também ficai preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos o esperardes”. 41Então Pedro disse: “Senhor, tu contas esta parábola para nós ou para todos?” 42E o Senhor respondeu: “Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor vai colocar à frente do pessoal de sua casa para dar comida a todos na hora certa? 43Feliz o empregado que o patrão, ao chegar, encontrar agindo assim! 44Em verdade eu vos digo, o senhor lhe confiará a administração de todos os seus bens. 45Porém, se aquele empregado pensar: ‘Meu patrão está demorando’, e começar a espancar os criados e as criadas, e a comer, a beber e a embriagar-se, 46o senhor daquele empregado chegará num dia inesperado e numa hora imprevista, ele o partirá ao meio e o fará participar do destino dos infiéis. 47Aquele empregado que, conhecendo a vontade do senhor, nada preparou nem agiu conforme a sua vontade, será chicoteado muitas vezes. 48Porém o empregado que não conhecia essa vontade e fez coisas que merecem castigo será chicoteado poucas vezes. A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!” – Palavra da salvação.
Liturgia comentada
A hora em que o ladrão virá… (Lc 12,39-48)
Estranho, não, o Senhor se comparar a um ladrão? O mesmo Senhor que, no Calvário, convidou outro ladrão a inaugurar o Paraíso, fechado desde Gênesis 3? Pois as coisas são assim: nosso Deus – que veio, vem e virá – fala de sua Vinda como a irrupção inesperada de um assaltante na escuridão da noite. Quando as sentinelas da cidade, em vigília sobre a muralha de pedra, anunciarem: “Paz e segurança!”, nesse mesmo instante seremos acordados do sono pelo advento do Senhor e Juiz universal…
Eis o mistério de fé que proclamamos ao rezar o Símbolo dos Apóstolos: “Creio em Jesus Cristo […], que está sentado à direita de Deus Pai, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos.” Um juízo que será uma separação entre benditos e malditos, eleitos e condenados, cordeiros e bodes (pois Jesus usou a imagem dos pastores ao final do dia, separando os carneiros, que têm capotes naturais de lã, dos cabritos, que deveriam dormir sob a proteção do curral).
Quando será o juízo? Quando virá o Juiz? Temos a resposta no “Catecismo da Igreja Católica” (673): “A partir da Ascensão, o advento de Cristo na glória é iminente, embora não nos ‘caiba conhecer os tempos e os momentos que o Pai fixou com sua própria autoridade’ (At 1,7). Este acontecimento escatológico pode ocorrer a qualquer momento, ainda que estejam ‘retidos’ tanto ele como a provação final que há de precedê-lo.”
E ainda: “No dia do juízo, por ocasião do fim do mundo, Cristo virá na glória para realizar o triunfo definitivo do bem sobre o mal, os quais, como o trigo e o joio, terão crescido juntos ao longo da história.” (C.I.C., 681.) Este “dia” será a ocasião para glorificação definitiva do Filho de Deus, após as etapas de sua ressurreição e ascensão.
Na verdade, o “dia do juízo” pode ser o dia de nossa morte. Trata-se, então, do “juízo particular”, que define de uma vez por todas o nosso destino eterno. Conforme a Carta aos Hebreus, “está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo”. (Hb 9,27.) O cristão sabe que não pode transferir para uma hipotética reencarnação o seu “acerto de contas”. Por isso mesmo, confere ao tempo de vida o seu devido valor.
Atentos ao advento de Jesus, vivamos o tempo com os olhos no eterno.
Orai sem cessar: “Minha alma espera pelo Senhor,
mais ansiosa do que os vigias pela manhã.” (Sl 130,6)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.