Liturgia Diária

LITURGIA DO DIA 22 DE JULHO DE 2021

QUINTA-FEIRA DA 16ª SEMANA DO TEMPO COMUM

SANTA MARIA MADALENA
DISCÍPULA DE JESUS
(branco, glória, pref. dos santos, – ofício da festa)

Antífona de entrada
O Senhor disse a Maria Madalena: Vai a meus irmãos e anuncia-lhes: subo a meu Pai e vosso Pai, a meu Deus e vosso Deus (Jo 20,17).

Primeira Leitura: Cântico 3,1-4
Leitura do livro do Cântico dos Cânticos – Eis o que diz a noiva: 1“Em meu leito, durante a noite, busquei o amor de minha vida: procurei-o e não o encontrei. 2Vou levantar-me e percorrer a cidade, procurando, pelas ruas e praças, o amor de minha vida: procurei-o e não o encontrei. 3Encontraram-me os guardas que faziam a ronda pela cidade. ‘Vistes porventura o amor de minha vida?’ 4E logo que passei por eles, encontrei o amor de minha vida”. – Palavra do Senhor.
Leitura opcional: 2 Coríntios 5,14-17.

Salmo Responsorial: 62(63)
Resposta: A minha alma tem sede de vós, Senhor!
1. Sois vós, ó Senhor, o meu Deus! / Desde a aurora, ansioso vos busco! / A minha alma tem sede de vós, † minha carne também vos deseja, / como terra sedenta e sem água! – R.
2. Venho, assim, contemplar-vos no templo / para ver vossa glória e poder. / Vosso amor vale mais do que a vida, / e por isso meus lábios vos louvam. – R.
3. Quero, pois, vos louvar pela vida / e elevar para vós minhas mãos! / A minha alma será saciada, / como em grande banquete de festa; / cantará a alegria em meus lábios / ao cantar para vós meu louvor! – R.
4. Para mim fostes sempre um socorro; / de vossas asas à sombra eu exulto! / Minha alma se agarra em vós; / com poder vossa mão me sustenta. – R.

Aclamação ao Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Responde-nos, ó Maria, / no teu caminho o que havia? / Vi Cristo ressuscitado, / o túmulo abandonado! – R.

Evangelho: João 20,1-2.11-18
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – 1No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. 2Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”. 11Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se e olhou para dentro do túmulo. 12Viu, então, dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. 13Os anjos perguntaram: “Mulher, por que choras?” Ela respondeu: “Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”. 14Tendo dito isso, Maria voltou-se para trás e viu Jesus, de pé. Mas não sabia que era Jesus. 15Jesus perguntou-lhe: “Mulher, por que choras? A quem procuras?” Pensando que era o jardineiro, Maria disse: “Senhor, se foste tu que o levaste, dize-me onde o colocaste, e eu o irei buscar”. 16Então Jesus disse: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou em hebraico: “Rabunni” (que quer dizer “mestre”). 17Jesus disse: “Não me segures. Ainda não subi para junto do Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. 18Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!” e contou o que Jesus lhe tinha dito. – Palavra da salvação.

Liturgia comentada
Por que choras? (Jo 20,1-2.11-18)
A tocante figura de Maria de Mágdala a chorar junto ao sepulcro de Jesus traz à nossa mente a imagem da amada do Cântico dos Cânticos, que buscava insone pelo Amado: “Sobre meu leito, ao longo da noite, procuro aquele que eu amo. Eu procuro, não o encontro. Tenho de levantar-me, dar a volta pela cidade; nas ruas, nas praças, procurar aquele que eu amo.” (Ct 3,1-2)
Só que, no caso de Maria, já não há razões para chorar… Jesus ressuscitou! Mas ela está olhando na direção errada: tem os olhos fixos no túmulo abandonado, enquanto o Mestre amado está bem próximo, logo às suas costas. E quando Jesus lhe dirige a palavra, Maria imagina falar com o jardineiro.
Até que Jesus a chama pelo nome: “Mariâm”, em hebraico. E também em hebraico ela responde: “Rabbúni”, uma forma afetiva de Rabi, indicando uma espécie de posse: meu Mestre… Teria ela identificado, ao mesmo tempo, a voz inconfundível de Jesus e certa entonação personalizada de seu próprio nome: “Ninguém me chama desse jeito, a não ser Jesus!”
Feliz, bem-aventurada Maria de Mágdala, outrora pasto dos demônios, hoje discípula predileta! Feliz daquele que ouve o seu nome pronunciado amorosamente por Jesus! Feliz daquele que chorava por Jesus e acabou consolado! Feliz de quem insiste em procurar pela pessoa amada!
O movimento natural de Maria é agarrar-se a Jesus, retê-lo junto a si, como posse pessoal. E gozar da incomparável alegria de sua intimidade em um tipo de relação eu/tu. Mas Jesus vai surpreendê-la com uma nova missão, ainda nos albores de um novo amanhecer: “Vai ter com os meus irmãos…” E ela parte para anunciar: “Eu vi o Senhor, e eis o que ele me disse”.
A mulher que chorava sua perda pessoal é, agora, uma voz que testemunha a vitória de Cristo sobre a morte. Ainda que o testemunho de uma mulher não convença de imediato os discípulos medrosos e desanimados, Madalena é a imagem da nova mulher, remida e projetada na estrada do Evangelho.
Como tenho vivido a minha vida? Continuo chorando rios de lágrimas, fechado em minhas próprias dores, quando o Senhor tem uma missão pessoal para mim? Ou já acolhi a missão que o Senhor me reservava?

Orai sem cessar: “Encontrei aquele que meu coração ama!” (Ct 3,4)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.