LITURGIA DO DIA 22 DE JANEIRO DE 2025
QUARTA-FEIRA DA 2ª SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde – ofício do dia)
Antífona da entrada
Toda a terra vos adore com respeito e proclame o louvor do vosso nome, ó Altíssimo (Sl 65,4).
Primeira Leitura: Hebreus 7,1-3.15-17
Leitura da carta aos Hebreus – Irmãos, 1Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote de Deus altíssimo, saiu ao encontro de Abraão, quando este regressava do combate contra os reis, e o abençoou. 2Foi a ele que Abraão entregou o dízimo de tudo. E o seu nome significa, em primeiro lugar, “Rei de Justiça”; e, depois, “Rei de Salém”, o que quer dizer “Rei da Paz”. 3Sem pai, sem mãe, sem genealogia, sem início de dias nem fim de vida! É assim que ele se assemelha ao Filho de Deus e permanece sacerdote para sempre. 15Isso se torna ainda mais evidente quando surge um outro sacerdote, semelhante a Melquisedeque, 16não em virtude de uma prescrição de ordem carnal, mas segundo a força de uma vida imperecível. 17Pois diz o testemunho: “Tu és sacerdote para sempre na ordem de Melquisedeque”. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 109(110)
Resposta: Tu és sacerdote eternamente / segundo a ordem do rei Melquisedeque!
1. Palavra do Senhor ao meu Senhor: / ”Assenta-te ao lado meu direito / até que eu ponha os inimigos teus / como escabelo por debaixo de teus pés!” – R.
2. O Senhor estenderá desde Sião † vosso cetro de poder, pois ele diz: / “Domina com vigor teus inimigos. – R.
3. Tu és príncipe desde o dia em que nasceste; † na glória e esplendor da santidade, / como o orvalho, antes da aurora, eu te gerei!” – R.
4. Jurou o Senhor e manterá sua palavra: † “Tu és sacerdote eternamente, / segundo a ordem do rei Melquisedeque!” – R.
Aclamação ao Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus pregava a Boa-nova, o Reino anunciando, / e curava toda espécie de doenças entre o povo (Mt 4,23). – R.
Evangelho: Marcos 3,1-6
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 1Jesus entrou de novo na sinagoga. Havia ali um homem com a mão seca. 2Alguns o observavam para ver se haveria de curar em dia de sábado, para poderem acusá-lo. 3Jesus disse ao homem da mão seca: “Levanta-te e fica aqui no meio!” 4E perguntou-lhes: “É permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixá-la morrer?” Mas eles nada disseram. 5Jesus, então, olhou ao seu redor cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração, e disse ao homem: “Estende a mão”. Ele a estendeu, e a mão ficou curada. 6Ao saírem, os fariseus com os partidários de Herodes imediatamente tramaram, contra Jesus, a maneira como haveriam de matá-lo. – Palavra da salvação.
Liturgia comentada
Um olhar de indignação… (Mc 3,1-6)
No meio da sinagoga, Jesus faz a pergunta: “É lícito, ou não, salvar uma vida em dia de sábado?” O que está em questão é certa hierarquia nos mandamentos e preceitos. E existe para os judeus um valor supremo: a vida humana. Para preservá-la, era lícito quebrar qualquer preceito, com três exceções: a interdição do homicídio (mesmo como autodefesa!), do adultério e da idolatria. No caso de risco iminente de idolatria, os sábios do Talmud admitiam até o suicídio. Foi assim que os defensores da fortaleza de Massada preferiram matar-se a se renderem aos romanos que sitiavam a montanha.
Diante da pergunta de Jesus, na sinagoga, todos se calam, mesmo conhecendo a resposta. É o sinal muito claro da má consciência. Esperavam que Jesus curasse no sábado para, a seguir, acusá-lo de impiedade. Em sua indiferença para com o aleijado, de certa forma, repetem a pergunta de Caim: “Sou eu, por acaso, o guarda de meu irmão?” E o “irmão” está ali, bem à frente deles: o homem de mão seca. Se fosse o jumento caído no fosso em pleno sábado, correriam a retirá-lo. Já o homem aleijado deveria esperar pelo dia seguinte, se algum médico se dispusesse a cuidar dele…
Daí o olhar de Jesus: olhar de indignação. No latim da Vulgata, Jesus olhou em volta “cum ira”. É das raras situações em que Jesus aparece dominado por sentimentos dessa natureza. Antes, o vemos calmo, amoroso, comovido com a dor alheia, até mesmo em lágrimas pelo amigo morto.
E que é que deixa Jesus irado? A perda do sentido do sagrado (como quando expulsa os mercadores do Templo) e a indiferença diante das necessidades dos pequenos deste mundo, sejam as criancinhas (espantadas pelos discípulos), os leprosos (marginalizados pela sociedade) ou os enfermos (como este homem “de mão seca”).
Examinemos nossa própria vida. Qual será o olhar de Jesus sobre nós, levando-se em conta nossas atitudes nestas duas situações: o respeito pelas coisas sagradas e nossa acolhida aos mais abandonados?
Afinal, há dois tipos de Templo onde Deus habita: o templo material (feito de pedras, madeira, alvenaria, como a basílica romana e a capelinha no alto do morro) e o templo humano (o coração do homem e da mulher, onde habita o Espírito de Deus).
Como está nossa veneração pelo Templo do Senhor?
Orai sem cessar: “Senhor, tu me tomaste a mão direita!” (Sl 73,23)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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