Liturgia Diária

LITURGIA DO DIA 21 DE OUTUBRO DE 2024

SEGUNDA-FEIRA DA 29ª SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde – ofício do dia)
Antífona da entrada
Eu vos chamo, ó meu Deus, porque me ouvis, inclinai o vosso ouvido e escutai-me! Protegei-me qual dos olhos a pupila e abrigai-me à sombra de vossas asas (SI 16,6.8).
Primeira Leitura: Efésios 2,1-10
Leitura da carta de São Paulo aos Efésios – Irmãos, 1vós estáveis mortos por causa de vossas faltas e pecados, 2nos quais vivíeis outrora, quando seguíeis o deus deste mundo, o príncipe que reina entre o céu e a terra, o espírito que age agora entre os rebeldes. 3Nós éramos desse número, todos nós. Outrora nos abandonávamos às paixões da carne; satisfazíamos os seus desejos, seguíamos os seus caprichos e éramos, por natureza, como os demais, filhos da ira. 4Mas Deus é rico em misericórdia. Por causa do grande amor com que nos amou, 5quando estávamos mortos por causa das nossas faltas, ele nos deu a vida com Cristo. É por graça que vós sois salvos! 6Deus nos ressuscitou com Cristo e nos fez sentar nos céus em virtude de nossa união com Jesus Cristo. 7Assim, pela bondade que nos demonstrou em Jesus Cristo, Deus quis mostrar, através dos séculos futuros, a incomparável riqueza da sua graça. 8Com efeito, é pela graça que sois salvos, mediante a fé. E isso não vem de vós; é dom de Deus! 9Não vem das obras, para que ninguém se orgulhe. 10Pois é ele quem nos fez; nós fomos criados em Jesus Cristo para as obras boas, que Deus preparou de antemão para que nós as praticássemos. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 99(100)
Resposta: O Senhor mesmo nos fez e somos seus.
1. Aclamai o Senhor, ó terra inteira, † servi ao Senhor com alegria, / ide a ele, cantando jubilosos! – R.
2. Sabei que o Senhor, só ele, é Deus, † ele mesmo nos fez, e somos seus, / nós somos seu povo e seu rebanho. – R.
3. Entrai por suas portas dando graças † e em seus átrios com hinos de louvor, / dai-lhe graças, seu nome bendizei! – R.
4. Sim, é bom o Senhor e nosso Deus, † sua bondade perdura para sempre, / seu amor é fiel eternamente! – R.
Aclamação ao Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Felizes os humildes de espírito, / porque deles é o Reino dos Céus (Mt 5,3). – R.
Evangelho: Lucas 12,13-21
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 13alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: “Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo”. 14Jesus respondeu: “Homem, quem me encarregou de julgar ou de dividir vossos bens?” 15E disse-lhes: “Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens”. 16E contou-lhes uma parábola: “A terra de um homem rico deu uma grande colheita. 17Ele pensava consigo mesmo: ‘O que vou fazer? Não tenho onde guardar minha colheita’. 18Então resolveu: ‘Já sei o que fazer! Vou derrubar meus celeiros e construir maiores; neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens. 19Então poderei dizer a mim mesmo: Meu caro, tu tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe, aproveita!’ 20Mas Deus lhe disse: ‘Louco! Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?’ 21Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus”. – Palavra da salvação.
Liturgia comentada
Esta noite, pedirão a tua alma… (Lc 12,13-21)
A parábola deste Evangelho fala de um homem avarento, cuja insensatez consiste em acumular bens além da conta, deixando de considerar que a vida passa, há de ter um fim, e deveremos prestar contas dos dons que nos foram concedidos.
Naturalmente, este avarento não vê seus bens como “dons”, mas imagina que eles são uma conquista de seu trabalho e, por isso mesmo, mera propriedade da qual pode dispor como bem entender. O infeliz acha “normal” acumular bens em excesso quando estes poderiam ser partilhados ou aplicados para benefício de outros.
Sua ilusão poderia ser contrabalançada se ele tivesse uma consciência clara da efemeridade desta vida. E o engano seria logo desfeito se levasse em conta que, ao final da existência, ele passaria por um julgamento e uma avaliação da forma como teria vivido o tempo a ele concedido. Afinal, também o tempo de viver é “dom” de Deus,
E não se trata de dizer que as coisas deste mundo não valem nada e, assim sendo, é melhor desprezá-las. Nada disso! As coisas deste mundo podem ter imenso valor quando utilizadas para o bem comum, para auxiliar os fracos e sustentar os pobres. Terras, rebanhos, dinheiro, máquinas, técnicas, habilidades, conhecimento – tudo tem valor quando promove a vida e o progresso dos outros. Assim, por exemplo, o empresário pode investir seus recursos para criar empregos e oferecer trabalho.
Evidentemente, Jesus não contou esta parábola para amedrontar ninguém. Ao contrário, ao realçar a brevidade desta vida, o Mestre pretende libertar-nos da escravidão que encarcera os avarentos. Uma vez livres, podemos relativizar os bens materiais e fazer deles ferramentas do bem. Deixarão de mofar nos cofres, de serem roídos pela traça, de atrair os assaltantes…
Quando o povo diz que “caixão não tem bolsos”, mostra sua tranquila compreensão dessa mesma lição que Jesus Cristo nos dá neste Evangelho. Gastar o tempo acumulando bens que não poderemos transportar para a vida eterna é um grave erro, suficiente para impedir que cheguemos a descobrir o sentido da existência.
Enfim, o avarento conta apenas consigo mesmo. Ele ignora que Deus é Pai. Ele não aprendeu a viver como filho de Deus…
Orai sem cessar: “Israel, põe tua esperança no Senhor!” (Sl 130,7)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.