LITURGIA DO DIA 21 DE NOVEMBRO DE 2024
QUINTA-FEIRA – APRESENTAÇÃO DA BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA
(branco, pref. de Maria – ofício da memória)
Antífona da entrada
Os grandes do povo vos pedem favores; virgens amigas vos formam cortejo; entre cantos de festa e com grande alegria, ingressam então no palácio real (Sl 44,13s).
Primeira Leitura: Zacarias 2,14-17
Leitura da profecia de Zacarias – 14“Rejubila, alegra-te, cidade de Sião, eis que venho para habitar no meio de ti, diz o Senhor. 15Muitas nações se aproximarão do Senhor naquele dia e serão o seu povo. Habitarei no meio de ti, e saberás que o Senhor dos exércitos me enviou a ti. 16O Senhor entrará em posse de Judá, como sua porção na terra santa, e escolherá de novo Jerusalém. 17Emudeça todo mortal diante do Senhor, ele acaba de levantar-se de sua santa habitação”. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: Lc 1
Resposta: O Poderoso fez por mim maravilhas, / e santo é o seu nome.
1. A minha alma engrandece ao Senhor, / e se alegrou o meu espírito em Deus, meu salvador. – R.
2. Pois ele viu a pequenez de sua serva, / desde agora as gerações hão de chamar-me de bendita. / O Poderoso fez por mim maravilhas, / e santo é o seu nome! – R.
3. Seu amor, de geração em geração, / chega a todos os que o respeitam. / Demonstrou o poder de seu braço, / dispersou os orgulhosos. – R.
4. Derrubou os poderosos de seus tronos / e os humildes exaltou. / De bens saciou os famintos / e despediu, sem nada, os ricos. – R.
5. Acolheu Israel, seu servidor, / fiel ao seu amor, / como havia prometido aos nossos pais / em favor de Abraão e de seus filhos para sempre. – R.
Aclamação ao Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Feliz quem ouve e observa a Palavra de Deus! (Lc 11,28) – R.
Evangelho: Mateus 12,46-50
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 46enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. 47Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e querem falar contigo”. 48Jesus perguntou àquele que tinha falado: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?” 49E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. 50Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. – Palavra da salvação.
Liturgia comentada
Quem é a minha mãe? (Mt 12,46-50)
Jesus Cristo veio ao nosso mundo e se encarnou para fazer a vontade do Pai. “Pai, tu não quiseste oblações nem sacrifícios, mas me formaste um corpo. […] Então eu disse: ‘Eis-me aqui, ó Deus, para fazer a tua vontade!” (Hb 10,5ss.) Assim, a encarnação começa por um ato de obediência.
Para que Jesus, Palavra do Pai, assumisse a natureza humana, Deus quis precisar de uma Mulher, eleita desde a eternidade para essa missão única e sublime. Quando a Virgem Maria adere ao desígnio de Deus, ela “permite” que o Verbo-Palavra se humanize e venha acampar no meio de nós. Desde então, Maria é um espelho para a Igreja, torna-se o modelo perfeito e acabado do fiel que acolhe a Palavra, a ponto de gerar essa mesma Palavra para o mundo, tornando-a viva entre nós. Mais uma vez, é a obediência que atualiza a graça de Deus na história dos homens.
Hoje, celebramos a memória da Apresentação de Nossa Senhora no Templo de Jerusalém (aos 3 anos de idade, segundo o Proto-Evangelho de Tomé, livro não canônico). Estamos diante de um “sinal”: como se aquela criança, movida pela Graça, já se dispusesse a cooperar com Deus em seu plano de salvação. Deste modo, o que poderia ser apenas uma “lenda piedosa” torna-se mensagem e indicação do caminho para todo cristão. Cada fiel na medida de suas possibilidades, deve “apresentar-se” a Deus, abandonando-se infantilmente em suas mãos, para o que der e vier…
Em um dia futuro, o Messias-Salvador também iria entrar em um “templo” para se fazer carne mortal. Essa “casa de ouro” (cf. Ladainha Lauretana: Domus Aurea) e primeiro sacrário da história seria o ventre virginal de Maria de Nazaré. Na liturgia de hoje, a mesma Maria, ainda criança, cruz o limiar do Templo do Senhor e se põe à disposição do Altíssimo para cumprir sua missão.
Se o Templo de Jerusalém era, para Israel, o lugar onde o povo podia estar na presença de Deus, ali mesmo Maria se põe na presença daquele que, graças à cooperação dela, estaria por 33 anos em nossa presença.
Atravessar a soleira do Templo significa entrar no espaço do “sagrado”. Também nós, entre o profano e o sagrado, o mercado e o sacrário, somos convidados por Deus a uma vida de consagração. Quanto tempo se perde com hesitações, vagando indefinidamente em um limiar, sem dar o salto definitivo!
Se aceitamos o convite, obedecemos a Deus e nos tornamos seus sócios na obra de salvação da humanidade.
Orai sem cessar: “Toda formosa, entra a Filha do Re!” (Sl 45,14)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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