Liturgia Diária

LITURGIA DO DIA 21 DE MAIO DE 2024

TERÇA-FEIRA DA 7ª SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde – ofício do dia)

Antífona da entrada
Confiei no vosso amor, Senhor. Meu coração por vosso auxílio rejubile, e que eu vos cante pelo bem que me fizestes! (Sl 12,6)

Primeira Leitura: Tiago 4,1-10
Leitura da carta de São Tiago – Caríssimos, 1de onde vêm as guerras? De onde vêm as brigas entre vós? Não vêm, justamente, das paixões que estão em conflito dentro de vós? 2Cobiçais, mas não conseguis ter. Matais e cultivais inveja, mas não conseguis êxito. Brigais e fazeis guerra, mas não conseguis possuir. E a razão está em que não pedis. 3Pedis, sim, mas não recebeis, porque pedis mal. Pois só quereis esbanjar o pedido nos vossos prazeres. 4Adúlteros, não sabeis que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Assim, todo aquele que pretende ser amigo do mundo torna-se inimigo de Deus. 5Ou julgais ser em vão que a Escritura diz: “Com ciúme anela o espírito que nos habita”? 6Mas ele nos dá uma graça maior. Por isso, a Escritura diz: “Deus resiste aos soberbos, mas concede a graça aos humildes”. 7Obedecei, pois, a Deus, mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. 8Aproximai-vos de Deus, e ele se aproximará de vós. Purificai as mãos, ó pecadores, e santificai os corações, homens dúbios. 9Ficai tristes, vesti o luto e chorai. Transforme-se em luto o vosso riso, e a vossa alegria em desalento. 10Humilhai-vos diante do Senhor, e ele vos exaltará. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 54(55)
Resposta: Confia teus cuidados ao Senhor, / e ele há de ser o teu sustento!
1. É por isso que eu digo na angústia: † “Quem me dera ter asas de pomba / e voar para achar um descanso! / Fugiria, então, para longe / e me iria esconder no deserto. – R.
2. Acharia depressa um refúgio † contra o vento, a procela, o tufão”. / Ó Senhor, confundi as más línguas. – R.
3. Dispersai-as, porque na cidade † só se vê violência e discórdia! / Dia e noite circundam seus muros. – R.
4. Lança sobre o Senhor teus cuidados, / porque ele há de ser teu sustento / e jamais ele irá permitir / que o justo para sempre vacile! – R.

Aclamação ao Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Minha glória é a cruz do Senhor Cristo Jesus, / pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para este mundo (Gl 6,14). – R.

Evangelho: Marcos 9,30-37
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 30Jesus e seus discípulos atravessavam a Galileia. Ele não queria que ninguém soubesse disso, 31pois estava ensinando a seus discípulos. E dizia-lhes: “O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão. Mas, três dias após sua morte, ele ressuscitará”. 32Os discípulos, porém, não compreendiam essas palavras e tinham medo de perguntar. 33Eles chegaram a Cafarnaum. Estando em casa, Jesus perguntou-lhes: “O que discutíeis pelo caminho?” 34Eles, porém, ficaram calados, pois pelo caminho tinham discutido quem era o maior. 35Jesus sentou-se, chamou os doze e lhes disse: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!” 36Em seguida, pegou uma criança, colocou-a no meio deles e, abraçando-a, disse: 37“Quem acolher em meu nome uma destas crianças é a mim que estará acolhendo. E quem me acolher está acolhendo não a mim, mas àquele que me enviou”. – Palavra da salvação.

Liturgia comentada
Qual deles era o maior… (Mc 9,30-37)
O orgulho e a vaidade são traços dominantes no gênero humano. Nem precisamos de grandes motivos para deflagrar o orgulho em nosso coração. Uma historieta antiga serve de bom exemplo para nós…
A caminho da Terra Santa, em plena Idade Média, caminhavam juntos um beneditino, um dominicano e um franciscano. Os três frades passavam boa parte do tempo a decantar os louvores de sua própria Ordem. As comparações duraram longos meses. Até que, um dia, para pôr um ponto final no tema, o beneditino suspirou e disse:
– Tudo bem! Vocês têm razão. Mas, em liturgia, ninguém como nós!
E era verdade. O esplendor das liturgias dos filhos de São Bento sempre foi inigualável. O dominicano pigarreou e concordou:
– Tudo bem! Mas, na pregação, ninguém como nós!
Também era verdade. Como superar a oratória dos discípulos de S. Domingos?!
Houve uma pausa. Um breve silêncio. E os dois olharam para o filho de S. Francisco de Assis. Não fazia um belo quadro. A velha batina rota, empoeirada, toda remendos, sandálias fazendo água, a barba ruça já chegando ao peito… Mas o bom irmão não perdeu a pose. Raspou a garganta e atacou:
– Tudo bem!… Mas, em humildade… ninguém como nós!
Assim somos nós. Sempre achamos motivos para contar vantagens e nos destacarmos entre os nossos irmãos. Assim, ninguém apanhe pedras à beira do trilho para atacar os dois apóstolos do Evangelho de hoje. Chegando a Cafarnaum após dura caminhada, assim meio distraído, Jesus pergunta sobre o tema que causara entre eles algum tipo de controvérsia.
Silêncio total. É que eles discutiam – que santos alunos Jesus arranjara! – qual deles seria o maior. Podemos ajudá-los? 5 pescadores galileus, pele assada de sol, mãos grossas e o jeito bronco de roceiros, tudo realçado pelo sotaque caipira. 2 guerrilheiros (duas espadas! Cf. Lc 22,38) à espera de um Messias político. Um ex-cobrador de impostos, especialista em aumentar a cobrança e guardar um percentual… E vai por aí afora. Quem seria o maior?
Jesus puxa para o meio da roda uma criança que brincava ali perto. E aponta para ela: não percam tempo querendo ser grandes. Sejam pequeninos. E falando em pequenez, quem recebe um destes pequeninos em meu nome, é a mim que acolhe. Se vocês querem ser grandes, sejam o último da fila. Sejam aquele que se faz servo dos outros irmãos…

Orai sem cessar: “O Senhor eleva os humildes.” (Sl 147,6)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.