Liturgia Diária

LITURGIA DO DIA 20 DE MAIO DE 2024

SEGUNDA-FEIRA – BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA, MÃE DA IGREJA
(branco, pref. de Maria, imagem e Mãe da Igreja – ofício da memória)
Antífona da entrada
Os discípulos perseveraram unânimes em oração com Maria, a Mãe de Jesus (At 1,14).
Primeira Leitura: Gênesis 3,9-15.20
Leitura do livro do Gênesis – Depois que Adão comera do fruto da árvore, 9o Senhor Deus o chamou, dizendo: “Onde estás?” 10E ele respondeu: “Ouvi tua voz no jardim e fiquei com medo porque estava nu; e me escondi”. 11Disse-lhe o Senhor Deus: “E quem te disse que estavas nu? Então comeste da árvore de cujo fruto te proibi comer?” 12Adão disse: “A mulher que tu me deste por companheira, foi ela que me deu do fruto da árvore, e eu comi”. 13Disse o Senhor Deus à mulher: “Por que fizeste isso?” E a mulher respondeu: “A serpente enganou-me, e eu comi”. 14Então o Senhor Deus disse à serpente: “Porque fizeste isso, serás maldita entre todos os animais domésticos e todos os animais selvagens! Rastejarás sobre o ventre e comerás pó todos os dias da tua vida! 15Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. 20E Adão chamou à sua mulher “Eva”, porque ela é a mãe de todos os viventes. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 86(87)
Resposta: Dizem coisas gloriosas da cidade do Senhor.
1. O Senhor ama a cidade / que fundou no monte santo; / ama as portas de Sião / mais que as casas de Jacó. – R.
2. Dizem coisas gloriosas / da cidade do Senhor. / De Sião, porém, se diz: † “Nasceu nela todo homem; / Deus é sua segurança”. – R.
3. Deus anota no seu livro, † onde inscreve os povos todos: / “Foi ali que estes nasceram”. / E por isso todos juntos / a cantar se alegrarão; / e, dançando, exclamarão: / “Estão em ti as nossas fontes!” – R.
Aclamação ao Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Sois feliz, Virgem Maria, e mereceis todo louvor, / pois de vós se levantou o Sol brilhante da justiça! – R.
Evangelho: João 19,25-34
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, 25perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. 26Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: “Mulher, este é o teu filho”. 27Depois disse ao discípulo: “Esta é a tua mãe”. Daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo. 28Depois disso, Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e para que a Escritura se cumprisse até o fim, disse: “Tenho sede”. 29Havia ali uma jarra de vinagre. Amarraram numa vara uma esponja embebida de vinagre e levaram-na à boca de Jesus. 30Ele tomou o vinagre e disse: “Tudo está consumado”. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito. 31Era o dia da preparação para a Páscoa. Os judeus queriam evitar que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque aquele sábado era dia de festa solene. Então pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas aos crucificados e os tirasse da cruz. 32Os soldados foram e quebraram as pernas de um e depois do outro que foram crucificados com Jesus. 33Ao se aproximarem de Jesus, e vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas; 34mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. – Palavra da salvação.
Liturgia comentada
Junto à cruz… (Jo 19,25-34)
Aparentemente, apenas uma cláusula locativa. Adverbial de lugar. Só que o mesmo lugar registra notáveis ausências: ali não se vê Pedro, a “rocha”. Não está presente Simão, o zelota, isto é, o bravo guerrilheiro. Todos os amigos de Jesus fugiram diante do anticlímax inesperado: a prisão, condenação e crucifixão de Jesus.
“Junto à cruz”, apenas algumas mulheres e um jovem discípulo, João. Pois a presença de João, que não teme se arriscar nem se permite abandonar o Mestre amante, acaba recompensada de modo admirável. Vendo que sua vida chegava ao fim, Jesus deixa seu maior tesouro, Maria, sob os cuidados do discípulo amado. “Eis a tua mãe!”
Os Padres da Igreja reconheceram na pessoa de João, aos pés da cruz, uma figura da Igreja que acompanha o Mestre em sua Paixão. Modernamente, São Josemaría Escrivá comentaria: “Os autores espirituais viram nestas palavras do Santo Evangelho um convite dirigido a todos os cristãos para que Maria entre também em suas vidas. Em certo sentido, é quase supérfluo este esclarecimento. Maria quer certamente que a invoquemos, que nos aproximemos dela com confiança, que apelemos para a sua maternidade, pedindo-lhe que se manifeste como nossa Mãe”.
Por outro lado, também Maria, aos pés da cruz, é convidada a experimentar uma ampliação de sua maternidade. A partir do Calvário, aquela que era Mãe de Jesus Cristo deve estender seu manto materno sobre todo o “corpo de Cristo”, a Igreja. Dali em diante, cada fiel, imagem de Jesus, passa a ser incluído como filho de Maria.
Nestes últimos tempos, quando o Papa João Paulo II adotou como lema a expressão “totus tuus” (isto é, “todo teu”, todo de Maria!), também ele se inscrevia entre os filhos, na esteira de João. Sua extremada devoção Mariana, que o levou a escrever documentos como a Redemptoris Mater e a Rosarium Virginis Mariae, animou muitos fiéis a recorrerem à sua materna proteção.
Parece natural que os discípulos de Jesus venham a honrá-lo também com gestos de amor por Maria. Afinal, quem louva a Mãe, honra o Filho. E foi por ela que o Salvador veio até nós. Diante disso, é estranho alguém imaginar que nosso amor pela Mãe pudesse desagradar ao Filho…
A Virgem fiel e o discípulo amado nos ensinam a verdadeira prova de amor a Jesus: permanecer junto à cruz…
Orai sem cessar: “Busquei aquele que meu coração ama.” (Ct 3,1)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.