LITURGIA DO DIA 20 DE JANEIRO DE 2025
SEGUNDA-FEIRA DA 2ª SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde – ofício do dia)
Antífona da entrada
Toda a terra vos adore com respeito e proclame o louvor do vosso nome, ó Altíssimo (Sl 65,4).
Primeira Leitura: Hebreus 5,1-10
Leitura da carta aos Hebreus – 1Todo sumo sacerdote é tirado do meio dos homens e instituído em favor dos homens nas coisas que se referem a Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados. 2Sabe ter compaixão dos que estão na ignorância e no erro, porque ele mesmo está cercado de fraqueza. 3Por isso, deve oferecer sacrifícios tanto pelos pecados do povo quanto pelos seus próprios. 4Ninguém deve atribuir-se essa honra, senão o que foi chamado por Deus, como Aarão. 5Desse modo, também Cristo não se atribuiu a si mesmo a honra de ser sumo sacerdote, mas foi aquele que lhe disse: “Tu és o meu Filho, eu hoje te gerei”. 6Como diz em outra passagem: “Tu és sacerdote para sempre, na ordem de Melquisedeque”. 7Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas, àquele que era capaz de salvá-lo da morte. E foi atendido, por causa de sua entrega a Deus. 8Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência a Deus por aquilo que ele sofreu. 9Mas, na consumação de sua vida, tornou-se causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem. 10De fato, ele foi por Deus proclamado sumo sacerdote na ordem de Melquisedeque. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 109(110)
Resposta: Tu és sacerdote eternamente / segundo a ordem do rei Melquisedeque!
1. Palavra do Senhor ao meu Senhor: / “Assenta-te ao lado meu direito / até que eu ponha os inimigos teus / como escabelo por debaixo de teus pés!” – R.
2. O Senhor estenderá desde Sião † vosso cetro de poder, pois ele diz: / “Domina com vigor teus inimigos. – R.
3. Tu és príncipe desde o dia em que nasceste; † na glória e esplendor da santidade, / como o orvalho, antes da aurora, eu te gerei!” – R.
4. Jurou o Senhor e manterá sua palavra: † “Tu és sacerdote eternamente, / segundo a ordem do rei Melquisedeque!” – R.
Aclamação ao Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
A Palavra do Senhor é viva e eficaz: / ela julga os pensamentos e as intenções do coração (Hb 4,12). – R.
Evangelho: Marcos 2,18-22
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 18os discípulos de João Batista e os fariseus estavam jejuando. Então, vieram dizer a Jesus: “Por que os discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam, e os teus discípulos não jejuam?” 19Jesus respondeu: “Os convidados de um casamento poderiam, por acaso, fazer jejum, enquanto o noivo está com eles? Enquanto o noivo está com eles, os convidados não podem jejuar. 20Mas vai chegar o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; aí, então, eles vão jejuar. 21Ninguém põe um remendo de pano novo numa roupa velha, porque o remendo novo repuxa o pano velho e o rasgão fica maior ainda. 22Ninguém põe vinho novo em odres velhos, porque o vinho novo arrebenta os odres velhos e o vinho e os odres se perdem. Por isso, vinho novo em odres novos”. – Palavra da salvação.
Liturgia comentada
O Esposo lhes será tirado… (Mc 2,18-22)
Na Primeira Aliança, Israel, povo de Deus, é apresentado sob a figura da esposa. O Senhor Javé é o esposo fiel e sempre pronto a perdoar as infidelidades de seu povo. Esta é uma imagem forte, que acena para um profundo anseio de intimidade entre o Deus transcendente, inacessível, e a humanidade condensada em Israel. Nele, todos os povos participarão das núpcias definitivas.
No livro de Oséias, essa relação é agudizada: a esposa é uma ex-prostituta que, depois conquistada pelo profeta, volta à prostituição. Imagem do povo amado por Deus. “Ama de novo à mulher que foi amada de meu amigo, e que assim adultera, pois é assim que o Senhor ama os filhos de Israel!” (Os 3,1)
No incomparável “Cântico dos Cânticos”, o livro sagrado mostra o diálogo entre o Amado e a Amada. Todos os sentidos humanos são ali explorados – o rubro das maçãs e a alvura do lírio, o aroma do incenso e da canela, o sabor das uvas e das tâmaras, a vertigem das sandálias na dança – tudo para ilustrar “a paixão violenta como o Xeol”, isto é, o amor indizível do Esposo para com seu povo.
Na plenitude dos tempos, nascido de Mulher e humanado, vem o próprio Filho de Deus para nos ensinar a amar o amor definitivo, selando em sangue a Nova e Eterna Aliança. Às margens do Rio Jordão, João Batista corre a nos alertar: É Ele o esposo! Não podemos deixar que se afaste na escuridão da noite!
E querem esses loucos fariseus que nós façamos jejum?! Ora, é tempo de festa! É hora de esticar as cordas de nossa tenda! (Is 54,2) A vinha em flor exala o seu perfume (Ct 2,13). As talhas de vinho estão transbordando em Caná! (Jo 2) A colheita foi farta e os celeiros estão estufados de trigo! Um Deus se esconde em nossa casa! (Is 45,15)
* * *
Pois a Primavera passou. Os tamborins se calaram. A alcova foi devassada. O Noivo preso e condenado. Cravado na Cruz. Podem ouvir o seu lamento? Quem irá chorar por Ele? Quem levará aromas para seu sepulcro? Quem cobrirá de rosas o seu túmulo?
Até que Ele volte à vida, jejuaremos na noite, enquanto as lágrimas tornam férteis nossos campos e nossa terra… Porque nenhum consolo encontra a Filha de Sião…
Orai sem cessar: “Senhor, fazei-nos reviver os dias de outrora!” (Lm 5,21)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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