1º DOMINGO DO ADVENTO
(roxo, creio, prefácio do Advento I ou IA – 1ª semana do saltério)
Antífona da entrada
A vós, meu Deus, elevo a minha alma, e confio em vós. Que eu não seja envergonhado, nem se riam de mim os meus inimigos! Pois não será desiludido quem em vós espera (Sl 24,1ss).
Primeira Leitura: Jeremias 33,14-16
Leitura do livro do profeta Jeremias – 14“Eis que virão dias, diz o Senhor, em que farei cumprir a promessa de bens futuros para a casa de Israel e para a casa de Judá. 15Naqueles dias, naquele tempo, farei brotar de Davi a semente da justiça, que fará valer a lei e a justiça na terra. 16Naqueles dias, Judá será salvo e Jerusalém terá uma população confiante; este é o nome que servirá para designá-la: ‘O Senhor é a nossa justiça’”. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 24(25)
Resposta: Senhor meu Deus, a vós elevo a minha alma!
1. Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos / e fazei-me conhecer a vossa estrada! / Vossa verdade me oriente e me conduza, / porque sois o Deus da minha salvação! – R.
2. O Senhor é piedade e retidão / e reconduz ao bom caminho os pecadores. / Ele dirige os humildes na justiça, / e aos pobres ele ensina o seu caminho. – R.
3. Verdade e amor são os caminhos do Senhor / para quem guarda sua aliança e seus preceitos. / O Senhor se torna íntimo aos que o temem / e lhes dá a conhecer sua aliança. – R.
Segunda Leitura: 1 Tessalonicenses 3,12-4,2
Leitura da primeira carta de São Paulo aos Tessalonicenses – Irmãos, 12o Senhor vos conceda que o amor entre vós e para com todos aumente e transborde sempre mais, a exemplo do amor que temos por vós. 13Que assim ele confirme os vossos corações numa santidade sem defeito aos olhos de Deus, nosso Pai, no dia da vinda de nosso Senhor Jesus, com todos os seus santos. 4,1Enfim, meus irmãos, eis o que vos pedimos e exortamos no Senhor Jesus: aprendestes de nós como deveis viver para agradar a Deus e já estais vivendo assim. Fazei progressos ainda maiores! 2Conheceis, de fato, as instruções que temos dado em nome do Senhor Jesus. – Palavra do Senhor.
Aclamação ao Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade / e a vossa salvação nos concedei! (Sl 84,8) – R.
Evangelho: Lucas 21,25-28.34-36
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 25“Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas, com pavor do barulho do mar e das ondas. 26Os homens vão desmaiar de medo só em pensar no que vai acontecer ao mundo, porque as forças do céu serão abaladas. 27Então eles verão o Filho do Homem vindo numa nuvem com grande poder e glória. 28Quando essas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima. 34Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós; 35pois esse dia cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra. 36Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes em pé diante do Filho do Homem”. – Palavra da salvação.
Liturgia comentada
No 1º Domingo do Advento de 1979, o Papa João Paulo II pregou na homilia:
“A Igreja prepara-se para o Natal de maneira muito particular. Recorda-nos o acontecimento que foi apresentado recentemente, no final quase do ano litúrgico: o dia da última vinda de Cristo. Nós viveremos adequadamente o Natal, isto é, a alegre primeira vinda do Salvador, quando estivermos conscientes da Sua última vinda com grande poder e glória (Lc 21,27), como declara o Evangelho de hoje. Nesta passagem há uma frase para que desejo chamar a vossa atenção: Os homens morrerão de pavor na expectativa do que vai acontecer ao universo (Lc 21,26).
Também na nossa época o pavor “do que vai acontecer ao universo” contagia os homens. O tempo do fim do mundo ninguém o conhece, a não ser o Pai (Mc 13,32), e por isso, daquele medo, que se comunica aos homens do nosso tempo, não deduzimos nenhuma consequência no que diz respeito ao futuro do mundo. Ao contrário, é bom determo-nos nesta frase do Evangelho de hoje. Para bem viver a recordação da memória do nascimento de Cristo, é necessário ter bem presente a verdade sobre a última vinda de Cristo, sobre aquele último Advento. E quando o Senhor Jesus diz: Tende cuidado convosco… que esse dia não caia sobre vós subitamente, como um laço (Lc 21,34), não admira que sintamos que Ele fala aqui não só do último dia de toda a humanidade, mas também do último dia de cada homem.
Aquele dia, que fecha o tempo da nossa vida sobre a terra e abre diante de nós a dimensão da eternidade, é também o Advento. Nesse dia virá a nós o Senhor como Juiz e Redentor. (…) A verdade fundamental sobre o Advento é, ao mesmo tempo, séria e alegre. Ressoa nela o mesmo “vigiai” que ouvimos na liturgia dos últimos domingos. É, ao mesmo tempo, alegre: o homem, de fato, não vive “no vazio” (a finalidade da vida não é “o vazio”). A vida do homem não é apenas um aproximar-se do termo, que juntamente com a morte do corpo significaria o aniquilamento de todo o ser humano. O advento traz em si a certeza da indestrutibilidade deste ser. Se repete “Vigiai e orai”, ele o faz para que possamos estar preparados a comparecer diante do Filho do homem.
Deste modo, o advento é também o primeiro e fundamental tempo de escolha: aceitando-o, participando nele, escolhemos o principal sentido de toda a vida. Tudo o que acontece entre o dia do nascimento e o da morte de cada um de nós, constitui, por assim dizer, uma grande prova: o exame da nossa humanidade.”
Orai sem cessar: “Feliz aquele que vigia!” (Ap 16,15)
Apresentação de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.