LITURGIA DO DIA 16 DE DEZEMBRO DE 2024
SEGUNDA-FEIRA DA 3ª SEMANA DO ADVENTO
(roxo, pref. do Advento I ou IA – ofício do dia)
Antífona da entrada
Ó nações, escutai a palavra do Senhor e levai-a até os confins da terra: Eis que chega o nosso Salvador, não tenhais medo! (Jr 31,10; Is 35,4)
Primeira Leitura: Números 24,2-7.15-17
Leitura do livro dos Números – Naqueles dias, 2Balaão levantou os olhos e viu Israel acampado por tribos. O espírito de Deus veio sobre ele, 3e Balaão pronunciou seu poema: “Oráculo de Balaão, filho de Beor, oráculo do homem que tem os olhos abertos; 4oráculo daquele que ouve as palavras de Deus, que vê o que o Poderoso lhe faz ver, que cai, e seus olhos se abrem. 5Como são belas as tuas tendas, ó Jacó, e as tuas moradas, ó Israel! 6Elas se estendem como vales, como jardins ao longo de um rio, como aloés que o Senhor plantou, como cedros junto das águas. 7A água transborda de seus cântaros, e sua semente é ricamente regada. Seu rei é mais poderoso do que Agag, seu reino está em ascensão”. 15E Balaão continuou pronunciando o seu poema: “Oráculo de Balaão, filho de Beor, oráculo do homem que tem os olhos abertos, 16oráculo daquele que ouve as palavras de Deus e conhece os pensamentos do Altíssimo, que vê o que o Poderoso lhe faz ver, que cai, e seus olhos se abrem. 17Eu o vejo, mas não agora; e o contemplo, mas não de perto. Uma estrela sai de Jacó, e um cetro se levanta de Israel”. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 24(25)
Resposta: Fazei-me conhecer a vossa estrada, ó Senhor!
1. Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos / e fazei-me conhecer a vossa estrada! / Vossa verdade me oriente e me conduza, / porque sois o Deus da minha salvação. – R.
2. Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura / e a vossa compaixão, que são eternas! / De mim lembrai-vos, porque sois misericórdia / e sois bondade sem limites, ó Senhor! – R.
3. O Senhor é piedade e retidão / e reconduz ao bom caminho os pecadores. / Ele dirige os humildes na justiça, / e aos pobres ele ensina o seu caminho. – R.
Aclamação ao Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade / e a vossa salvação nos concedei! (Sl 84,8) – R.
Evangelho: Mateus 21,23-27
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 23Jesus voltou ao templo. Enquanto ensinava, os sumos sacerdotes e os anciãos do povo aproximaram-se dele e perguntaram: “Com que autoridade fazes estas coisas? Quem te deu tal autoridade?” 24Jesus respondeu-lhes: “Também eu vos farei uma pergunta. Se vós me responderdes, também eu vos direi com que autoridade faço essas coisas. 25Donde vinha o batismo de João? Do céu ou dos homens?” Eles refletiam entre si: “Se dissermos ‘do céu’, ele nos dirá: ‘Por que não acreditastes nele?’ 26Se dissermos ‘dos homens’, temos medo do povo, pois todos têm João Batista na conta de profeta”. 27Eles então responderam a Jesus: “Não sabemos”. Ao que Jesus também respondeu: “Eu também não vos direi com que autoridade faço essas coisas”. – Palavra da salvação.
Liturgia comentada
Com que autoridade? (Mt 21,23-27)
Um simples aprendiz de carpinteiro comenta as Escrituras e discute a Lei mosaica. Como se isto fosse pouco, cura os doentes e expulsa os demônios. Vai mais além: aponta os desvios cometidos pelos homens do Templo e pelos mestres da sinagoga. Chegará ao extremo de fazer uma limpeza radical no próprio Templo, expulsando cambistas e comerciantes da casa “do meu Pai”! De onde lhe vem tal autoridade?
“Ao colocar para Jesus esta interrogação, os anciãos e os sacerdotes estão no seu papel – comenta o biblista francês Hébert Roux. Eles são os representantes oficiais da autoridade legal. Ora, Jesus se recusa a justificar-se diante deles. Este é o ponto capital da passagem evangélica. Sua recusa já é uma resposta. Ele demonstra que não recebe sua autoridade dos homens e não tem de lhes prestar conta alguma: ele é o Senhor do sábado, o Senhor do Templo e da Lei.”
A resposta de Jesus vem na forma de uma pergunta. Uma pergunta que eles não conseguirão responder sem denunciarem a si mesmos: o batismo de João de onde vem? De Deus ou dos homens? As lideranças religiosas ignoraram a pregação de João. Mas temem o povo e não querem negar abertamente o sopro profético do Batizador. Por isso… “não sabem…”
“No fundo do coração – prossegue Hébert Roux – a sua reserva é equivalente a uma recusa, pois recusar-se a dizer sim quando Deus fala já é dizer não. Assim os adversários de Jesus condenam a si mesmos e perdem a possibilidade de conhecer a verdadeira autoridade de Jesus, que não se discute nem se demonstra, mas se reconhece somente na obediência da fé.”
Logo a seguir, como quem desce a uma situação concreta, Jesus vai contar uma parábola (Mt 21,28ss) onde entram em cena dois filhos: o primeiro diz NÃO, mas se arrepende e obedece ao pai. O outro diz SIM, mas sem nenhuma intenção de praticar o sim que proferira. Ao ouvi-la, os fariseus e anciãos saberão que eles são exatamente aquele que fingia o sim e vivia o não.
Nossa vida é um itinerário entre o SIM e o NÃO. Muitos começaram pelo NÃO, como Agostinho de Hipona, mas fizeram uma revisão de vida e obedeceram à voz de Deus. Também são muitos os que dizem um sim da boca para fora, mas seu coração endurecido é uma permanente recusa ao chamado de Deus. Em jogo, a vida eterna…
Orai sem cessar: “Serviremos ao Senhor e obedeceremos à sua voz!” (Js 24,24)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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