LITURGIA DO DIA 12 DE JANEIRO DE 2025
DOMINGO – BATISMO DO SENHOR
(branco, glória, creio, prefácio próprio – ofício da festa)
Antífona da entrada
Batizado o Senhor, os céus se abriram e, como uma pomba, o Espírito pairou sobre ele. Então a voz do Pai se fez ouvir: Este é o meu Filho dileto, nele está todo o meu amor (Mt 3,16ss).
Primeira Leitura: Isaías 42,1-4.6-7
Leitura do livro do profeta Isaías – Assim fala o Senhor: 1“Eis o meu servo – eu o recebo; eis o meu eleito – nele se compraz minha alma; pus meu espírito sobre ele, ele promoverá o julgamento das nações. 2Ele não clama nem levanta a voz, nem se faz ouvir pelas ruas. 3Não quebra uma cana rachada nem apaga um pavio que ainda fumega, mas promoverá o julgamento para obter a verdade. 4Não esmorecerá nem se deixará abater, enquanto não estabelecer a justiça na terra; os países distantes esperam seus ensinamentos. 6Eu, o Senhor, te chamei para a justiça e te tomei pela mão; eu te formei e te constituí como o centro de aliança do povo, luz das nações, 7para abrires os olhos dos cegos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas trevas”. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 28(29)
Resposta:Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!
1. Filhos de Deus, tributai ao Senhor, / tributai-lhe a glória e o poder! / Dai-lhe a glória devida ao seu nome, / adorai-o com santo ornamento! – R.
2. Eis a voz do Senhor sobre as águas, / sua voz sobre as águas imensas! / Eis a voz do Senhor com poder! / Eis a voz do Senhor majestosa. – R.
3. Sua voz no trovão reboando! / No seu templo os fiéis bradam: “Glória!” / É o Senhor que domina os dilúvios, / o Senhor reinará para sempre! – R.
Segunda Leitura: Atos 10,34-38
Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 34Pedro tomou a palavra e disse: “De fato, estou compreendendo que Deus não faz distinção entre as pessoas. 35Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença. 36Deus enviou sua palavra aos israelitas e lhes anunciou a Boa-nova da paz por meio de Jesus Cristo, que é o Senhor de todos. 37Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do batismo pregado por João: 38como Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder. Ele andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio, porque Deus estava com ele”. – Palavra do Senhor.
Aclamação ao Evagelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Abriram-se os céus e fez-se ouvir a voz do Pai: / Eis meu Filho muito amado; escutai-o, todos vós! (Mc 9,7) – R.
Evangelho: Lucas 3,15-16.21-22
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 15o povo estava na expectativa e todos se perguntavam no seu íntimo se João não seria o Messias. 16Por isso, João declarou a todos: “Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo”. 21Quando todo o povo estava sendo batizado, Jesus também recebeu o batismo. E, enquanto rezava, o céu se abriu 22e o Espírito Santo desceu sobre Jesus em forma visível, como pomba. E do céu veio uma voz: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho o meu benquerer”. – Palavra da salvação.
Liturgia comentada
Tu és o meu Filho… (Lc 3,15-16.21-22)
A longa fila dos pecadores entrava nas águas do Jordão. Conclamado por João Batista, que anunciava a proximidade do Reino de Deus, o povo se reconhecia pecador e aceitava o “banho” penitencial. A surpresa foi quando se aproximou Jesus, o Cordeiro sem mancha, misturando-se aos pecadores. Em sua humildade sem medidas, Jesus de Nazaré quer estar em tudo solidário com os homens, a ponto de tomar parte naquele humilde rito de penitência.
Atenção! Não se trata de um sacramento, como o batismo que a Igreja ministra, a mando do Senhor, desde Pentecostes. No Sacramento do Batismo, nós somos adotados pelo Pai, configurados com Cristo e habitados pelo Espírito Santo. Ora, desde a eternidade, o Verbo era Filho do Pai, tinha sua própria Face e a mais profunda comunhão com o Espírito. Logo, não “precisava” de nenhum batismo sacramental!
Foi nesse exato momento, quando Jesus ainda estava no meio das águas, que a voz do Pai ressoou nas nuvens, para identificar no “Filho do Homem” o próprio Filho de Deus: “Eis o meu bem-amado! O meu bem-querer! Aquele que acolhe todo o meu amor!” Simultaneamente, João, o Batizador, vê descer sobre Jesus, em forma corpórea, como uma pomba celeste, o Espírito de Deus. Estamos diante de uma teofania trinitária: de fato, o Deus Trino decidira habitar no meio dos homens!
Assim comenta o teólogo Urs von Balthasar: “Acima deste acontecimento, Deus se deixa conhecer como o Deus-Trindade: o Pai que envia, confirma seu “Filho bem-amado” que, em virtude de um amor livre, cumpre a vontade trinitária de salvação. O Espírito Santo voa sob a forma de uma pomba entre o Pai do céu e o Filho que reza sobre a terra; ele transmite a este a vontade do Pai e leva a prece do Filho ao Pai. Entre o batismo e a cruz-ressurreição, tudo corresponderá a esta forma aqui visível da decisão trinitária de salvação.”
Batizados “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, também nós somos chamados a participar da vida divina. Assim transfigurados, veremos repetir-se no coração da Igreja, ao longo dos séculos, a mesma teofania do Batismo de Jesus. Já somos filhos “no Filho”, com Ele configurados, alvos do amor do Pai e templos vivos do Espírito de Deus.
As águas do Jordão são águas de misericórdia…
Orai sem cessar: “Todas as minhas fontes se acham em Ti!” (Sl 87, 7)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
Visualizações: 55