Liturgia Diária

LITURGIA DO DIA 07 DE JANEIRO DE 2025

TERÇA-FEIRA – SEMANA DA EPIFANIA
(branco, pref. da Epifania, ou do Natal – ofício do dia)
Antífona da entrada
Bendito aquele que vem em nome do Senhor: Deus é Senhor, ele nos iluminou (Sl 117,26s).
Primeira Leitura: 1 João 4,7-10
Leitura da primeira carta de São João – 7Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. 8Quem não ama não chegou a conhecer Deus, pois Deus é amor. 9Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio dele. 10Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 71(72)
Resposta: Os reis de toda a terra / hão de adorar-vos, ó Senhor!
1. Dai ao rei vossos poderes, Senhor Deus, / vossa justiça ao descendente da realeza! / Com justiça ele governe o vosso povo, / com equidade ele julgue os vossos pobres. – R.
2. Das montanhas venha a paz a todo o povo, / e desça das colinas a justiça! / Este rei defenderá os que são pobres, / os filhos dos humildes salvará. – R.
3. Nos seus dias, a justiça florirá / e grande paz, até que a lua perca o brilho! / De mar a mar estenderá o seu domínio, / e desde o rio até os confins de toda a terra! – R.
Aclamação ao Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
O Espírito do Senhor repousa sobre mim / e enviou-me a anunciar aos pobres o Evangelho (Lc 4,18). – R.
Evangelho: Marcos 6,34-44
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 34Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas. 35Quando estava ficando tarde, os discípulos chegaram perto de Jesus e disseram: “Este lugar é deserto e já é tarde. 36Despede o povo, para que possa ir aos campos e povoados vizinhos comprar alguma coisa para comer”. 37Mas Jesus respondeu: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Os discípulos perguntaram: “Queres que gastemos duzentos denários para comprar pão e dar-lhes de comer?” 38Jesus perguntou: “Quantos pães tendes? Ide ver”. Eles foram e responderam: “Cinco pães e dois peixes”. 39Então Jesus mandou que todos se sentassem na grama verde – formando grupos. 40E todos se sentaram, formando grupos de cem e de cinquenta pessoas. 41Depois Jesus pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e ia dando aos discípulos, para que os distribuíssem. Dividiu entre todos também os dois peixes. 42Todos comeram, ficaram satisfeitos 43e recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e também dos peixes. 44O número dos que comeram os pães era de cinco mil homens. – Palavra da salvação.
Liturgia comentada
Até a borda… (Jo 2,1-11)
Aprendemos com os latinos uma lição discutível: “in medio virtus” [a virtude está no meio]. Devia ser uma exortação em favor da prudência e do comedimento. Pois este Evangelho vem desmentir a lição…
Ao receberem a tarefa de encher de água as seis bacias de pedra, capazes de conter no mínimo 600 litros, os servidores de Caná (no texto grego, os “diáconos”) não mediram esforços: “E eles encheram até a borda”.
Sempre fico admirado com a sobriedade dos Evangelhos. O narrador nunca enfeita a cena, não doura a pílula, não procura seduzir o leitor. Apenas constata: “encheram até a borda”. Na Vulgata de São Jerônimo, “ad summum”, isto é, até o ponto mais alto.
No caso das bodas de Caná, os serventes tinham tudo para recusar a ordem recebida. Não eram empregados. Não ganhavam nada com aquilo. A tarefa era pesada e demorada. Jesus não era o dono da festa (ao menos até agora…).
Apesar de tudo isso, acolheram a palavra e obedeceram à proposta de Maria: “Fazei tudo o que ele vos disser”. Parece até que fica mais fácil obedecer quando a ordem vem da Mulher amável, graciosa, agraciada, irradiante de paz…
Vale a pena percorrer os Evangelhos com a atenção fixa nas pessoas a quem Jesus se dirige e elas… obedecem. A leitura atenta chamará nossa atenção para o aparente absurdo dessa obediência. Vale lembrar a cena em que pescadores experientes haviam pescado, em vão, durante uma noite inteira. Aí, o aprendiz de carpinteiro diz a eles: “Lancem a rede à direita e acharão peixe”. Eles obedecem!!! E acham os peixes…
No caso dos serventes de Caná, é admirável não só a prontidão em obedecer, mas a falta de limites na obediência: “até a borda”. Enquanto houve espaço, continuaram sua faina, sem esmorecer. Não é uma lição para nós?
Como temos obedecido aos mandamentos? Com limites e reservas? Como temos cumprido nossa missão? Até o limite do conforto e da conveniência? Como temos dedicado nossa vida a servir? Desde que não prejudique nossas comodidades?
Ah! O amor não tem limites! O apaixonado não dorme, não tem medidas, não faz contabilidades… Um deles – o maior de todos – amou até o fim, até a cruz. E nosso amor terá limites?
Orai sem cessar: “Eu te dou graças, Senhor, de todo o coração!” (Sl 138,1)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.