LITURGIA DO DIA 06 DE SETEMBRO DE 2024
SEXTA-FEIRA DA 22ª SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde – ofício do dia)
Antífona da entrada
Piedade de mim, ó Senhor, porque clamo por vós todo o dia! Ó Senhor, vós sois bom e clemente, sois perdão para quem vos invoca (Sl 85,3.5).
Primeira Leitura: 1 Coríntios 4,1-5
Leitura da primeira carta de São Paulo aos Coríntios – Irmãos, 1que todo o mundo nos considere como servidores de Cristo e administradores dos mistérios de Deus. 2A esse respeito, o que se exige dos administradores é que sejam fiéis. 3Quanto a mim, pouco me importa ser julgado por vós ou por algum tribunal humano. Nem eu me julgo a mim mesmo. 4É verdade que a minha consciência não me acusa de nada. Mas não é por isso que eu posso ser considerado justo. 5Quem me julga é o Senhor. Portanto, não queirais julgar antes do tempo. Aguardai que o Senhor venha. Ele iluminará o que estiver escondido nas trevas e manifestará os projetos dos corações. Então, cada um receberá de Deus o louvor que tiver merecido. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 36(37)
Resposta: A salvação de quem é justo vem de Deus.
1. Confia no Senhor e faze o bem, / e sobre a terra habitarás em segurança. / Coloca no Senhor tua alegria, / e ele dará o que pedir teu coração. – R.
2. Deixa aos cuidados do Senhor o teu destino; / confia nele, e com certeza ele agirá. / Fará brilhar tua inocência como a luz, / e o teu direito, como o sol do meio-dia. – R.
3. Afasta-te do mal e faze o bem, / e terás tua morada para sempre. / Porque o Senhor Deus ama a justiça / e jamais ele abandona os seus amigos. – R.
4. A salvação dos piedosos vem de Deus; / ele os protege nos momentos de aflição. / O Senhor lhes dá ajuda e os liberta, † defende-os e protege-os contra os ímpios, / e os guarda porque nele confiaram. – R.
Aclamação ao Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu sou a luz do mundo; / aquele que me segue / não caminha entre as trevas, / mas terá a luz da vida (Jo 8,12). – R.
Evangelho: Lucas 5,33-39
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 33os fariseus e os mestres da Lei disseram a Jesus: “Os discípulos de João, e também os discípulos dos fariseus, jejuam com frequência e fazem orações. Mas os teus discípulos comem e bebem”. 34Jesus, porém, lhes disse: “Os convidados de um casamento podem fazer jejum enquanto o noivo está com eles? 35Mas dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, naqueles dias, eles jejuarão”. 36Jesus contou-lhes ainda uma parábola: “Ninguém tira retalho de roupa nova para fazer remendo em roupa velha; senão vai rasgar a roupa nova, e o retalho novo não combinará com a roupa velha. 37Ninguém coloca vinho novo em odres velhos; porque, senão, o vinho novo arrebenta os odres velhos e se derrama, e os odres se perdem. 38Vinho novo deve ser colocado em odres novos. 39E ninguém, depois de beber vinho velho, deseja vinho novo, porque diz: o velho é melhor”. – Palavra da salvação.
Liturgia comentada
Enquanto o noivo está com eles… (Lc 5,33-39)
Os fariseus eram gente séria. Concentravam-se em frequentes orações e jejuns. Eram extremamente ciosos no cumprimento da Lei mosaica. Mas eram tristes… Não lhes passava pela cabeça que religião fosse fonte de alegria.
E não era culpa das Escrituras que tanto prezavam. Pelo Deuteronômio, a celebração do culto devia culminar em alegria: “Então, te alegrarás com o levita e o estrangeiro que mora em teu meio por todos os bens que o Senhor teu Deus deu a ti e à tua família”. (Dt 26,11) E o salmista sentia a religião como causa de alegria: “Alegre-se o coração dos que buscam o Senhor!” (Sl 105,3)
No Evangelho de hoje, os fariseus fazem críticas a Jesus de Nazaré porque os discípulos dele comiam e bebiam. Algo me diz que as refeições entre estes eram um tanto ruidosas, com risos e brincadeiras. E não podia deixar de ser assim, pois o “noivo” estava com eles. E uma festa de casamento não é lugar de tristeza. No texto grego de São Lucas, os discípulos são chamados de “filhos do noivo” ou, se quiserem, “companheiros dos esponsais”. Por isso eles festejam.
Em resposta, Jesus diz que “dias virão” em que os discípulos iriam jejuar. Ele se referia à sua paixão e morte, quando as lágrimas iriam substituir o riso. A ausência do noivo seria “por um pouco de tempo” (cf. Jo 16,19-20). Mas uma vez ressuscitado, uma vez enviado o Consolador (cf. Jo 16,7), a alegria seria recuperada, uma alegria que ninguém lhes poderia roubar (cf. Jo 16,22). Não seria outra a marca principal das celebrações cristãs: “Partiam o pão pelas casas e tomavam a refeição com alegria e simplicidade de coração” (At 2,40).
Naturalmente, aqui cabe uma reflexão útil para nossos dias: quem assiste às nossas celebrações chega a perceber a nossa alegria? Claro, não estou falando de agitação, música barulhenta e desordem, mas da alegria serena (seu melhor sinônimo é “letícia”) que brota dos corações tocados pela presença de Jesus. Uma forma de alegria profunda que afasta a tensão, dilui as barreiras entre as pessoas e orienta nosso coração para a partilha e a convivência fraterna…
Jesus também fala de odres e vinhos. Ele sabe que um odre velho, já ressequido, não iria suportar a fermentação do vinho novo, e ambos se perderiam. Parece, pois, que os velhos odres precisam passar por uma renovação antes de acolher o vinho novo. Do contrário, sem vinho – como em Caná, antes do milagre – a festa de casamento assumirá ares de funeral…
Orai sem cessar: “Que alegria quando me disseram: vamos para a casa do Senhor!” (Sl 122,1)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
Visualizações: 41