LITURGIA DO DIA 05 DE JANEIRO DE 2025
DOMINGO – EPIFANIA DO SENHOR
(branco, glória, creio, prefácio da Epifania – ofício da solenidade)
Antífona da entrada
Eis que vem o Senhor dos senhores; em suas mãos, o reino, o poder e o império (Ml 3,1; 1Cr 29,12).
Primeira Leitura: Isaías 60,1-6
Leitura do livro do profeta Isaías – 1Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém, porque chegou a tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor. 2Eis que está a terra envolvida em trevas, e nuvens escuras cobrem os povos; mas sobre ti apareceu o Senhor, e sua glória já se manifesta sobre ti. 3Os povos caminham à tua luz, e os reis, ao clarão de tua aurora. 4Levanta os olhos ao redor e vê, todos se reuniram e vieram a ti; teus filhos vêm chegando de longe com tuas filhas, carregadas nos braços. 5Ao vê-los, ficarás radiante, com o coração vibrando e batendo forte, pois com eles virão as riquezas de além-mar e mostrarão o poderio de suas nações; 6será uma inundação de camelos e dromedários de Madiã e Efa a te cobrir; virão todos os de Sabá, trazendo ouro e incenso e proclamando a glória do Senhor. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 71(72)
Resposta: As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
1. Dai ao rei vossos poderes, Senhor Deus, / vossa justiça ao descendente da realeza! / Com justiça ele governe o vosso povo, / com equidade ele julgue os vossos pobres. – R.
2. Nos seus dias, a justiça florirá / e grande paz, até que a lua perca o brilho! / De mar a mar estenderá o seu domínio, / e desde o rio até os confins de toda a terra! – R.
3. Os reis de Társis e das ilhas hão de vir / e oferecer-lhe seus presentes e seus dons; / e também os reis de Seba e de Sabá / hão de trazer-lhe oferendas e tributos. / Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, / e todas as nações hão de servi-lo. – R.
4. Libertará o indigente que suplica / e o pobre ao qual ninguém quer ajudar. / Terá pena do indigente e do infeliz, / e a vida dos humildes salvará. – R.
Segunda Leitura: Efésios 3,2-3.5-6
Leitura da carta de São Paulo aos Efésios – 2Irmãos, se ao menos soubésseis da graça que Deus me concedeu para realizar o seu plano a vosso respeito 3e como, por revelação, tive conhecimento do mistério. 5Esse mistério, Deus não o fez conhecer aos homens das gerações passadas, mas acaba de o revelar agora, pelo Espírito, aos seus santos apóstolos e profetas: 6os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo por meio do Evangelho. – Palavra do Senhor.
Aclamação ao Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vimos sua estrela no Oriente / e viemos adorar o Senhor (Mt 2,2). – R.
Evangelho: Mateus 2,1-12
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – 1Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, 2perguntando: “Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”. 3Ao saber disso, o rei Herodes ficou perturbado, assim como toda a cidade de Jerusalém. 4Reunindo todos os sumos sacerdotes e os mestres da Lei, perguntava-lhes onde o Messias deveria nascer. 5Eles responderam: “Em Belém, na Judeia, pois assim foi escrito pelo profeta: 6‘E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um chefe que vai ser o pastor de Israel, o meu povo’”. 7Então Herodes chamou em segredo os magos e procurou saber deles cuidadosamente quando a estrela tinha aparecido. 8Depois os enviou a Belém, dizendo: “Ide e procurai obter informações exatas sobre o menino. E, quando o encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-lo”. 9Depois que ouviram o rei, eles partiram. E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino. 10Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande. 11Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra. 12Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram para a sua terra, seguindo outro caminho. – Palavra da salvação.
Liturgia comentada
E lhe ofereceram presentes… (Mt 2,1-12)
Estranhos esses magos do Oriente! Eles vêm de longe, atravessam desertos e, agora, na gruta de Belém, estão diante de Jesus, o Rei dos reis, o Senhor do Cosmo. Esses estrangeiros poderiam pedir qualquer coisa: saúde, poder, a morte de seus inimigos. Mas não pedem nada…
Minha estranheza nasce do fato de que a maioria das pessoas se aproximam de Deus para pedir. E eles vêm para DAR… Não é estranho?
Pois o Menino também vem para dar. Será uma vida relativamente breve: trinta e três anos. E durante todo esse tempo ele será um permanente doador. Dará alegria às crianças, dará a visão aos cegos, dará a esperança a um povo oprimido. E enfim, cravado na cruz do Calvário, quando lhe tiverem roubado tudo – até as vestes! -, ele ainda espremerá o próprio coração para dar um restinho de sangue e de água…
O verbo dar é um disfarce do verbo amar. Quem ama, doa. E se doa. Não admira que os santos, apaixonados pelo amor divino, comecem por se despojar, doando tudo para Deus e para seus pobres. Afinal, para que acumular coisas, terras e fortunas se eles já têm tudo na própria pessoa de Cristo?
A vida consagrada brotou desta experiência: sentir-se amado e, por isso mesmo, ver-se compelido a doar. Doar os bens materiais pelo voto de pobreza. Doar a posse de si mesmo pelo voto de castidade. Doar a própria vontade pelo voto de obediência…
Em cada celebração eucarística, Jesus se doa novamente, na forma de alimento substancial. Substantivo. Como a Santa Missa “atualiza” (traz “em ato) a doação feita no Calvário, também nós temos um espaço – o momento da apresentação das oferendas, conhecido como “ofertório” – para renovar e aprofundar nossa doação ao Senhor.
Os dons materiais levados em procissão – pão e vinho, espórtulas e dízimo – são apenas um sinal externo de uma doação íntima, sem a qual o sinal não teria nenhum sentido. O altar é uma ARA – uma pedra de sacrifício -, local apropriado para nos tornarmos vítimas oferecidos como gesto de amor que responde ao Amor maior…
Distraídos a pensar no significado dos três presentes – ouro, incenso e mirra – podemos esquecer o mais importante: o gesto de dar. Não importa o quê. Podem ser as duas moedinhas da viúva do Evangelho. O que vale é o amor…
Orai sem cessar: “Como retribuir ao Senhor o que ele fez por mim? (Sl 116,12)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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