Liturgia Diária

LITURGIA DO DIA 02 DE JANEIRO DE 2025

QUINTA-FEIRA – SANTOS BASÍLIO MAGNO E GREGÓRIO NAZIANZENO – BISPOS E DOUTORES DA IGREJA
(branco, pref. do Natal, ou dos doutores – ofício da memória)
Antífona da entrada
Proclamem os povos a sabedoria dos santos e a Igreja celebre os seus louvores; seus nomes viverão pelos séculos dos séculos (Eclo 44,15.14).
Primeira Leitura: 1 João 2,22-28
Leitura da primeira carta de São João – Caríssimos, 22quem é mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? O anticristo é aquele que nega o Pai e o Filho. 23Todo aquele que nega o Filho também não possui o Pai. Quem confessa o Filho possui também o Pai. 24Permaneça dentro de vós aquilo que ouvistes desde o princípio. Se o que ouvistes desde o princípio permanecer em vós, permanecereis com o Filho e com o Pai. 25E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna. 26Escrevo isso a respeito dos que procuram desencaminhar-vos. 27Quanto a vós mesmos, a unção que recebestes da parte de Jesus permanece convosco, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine. A sua unção vos ensina tudo, e ela é verdadeira, e não mentirosa. Por isso, conforme a unção de Jesus vos ensinou, permanecei nele. 28Então, agora, filhinhos, permanecei nele. Assim poderemos ter plena confiança quando ele se manifestar e não seremos vergonhosamente afastados dele quando da sua vinda. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 97(98)
Resposta: Os confins do universo contemplaram / a salvação do nosso Deus.
1. Cantai ao Senhor Deus um canto novo, / porque ele fez prodígios! / Sua mão e o seu braço forte e santo / alcançaram-lhe a vitória. – R.
2. O Senhor fez conhecer a salvação, / e às nações, sua justiça; / recordou o seu amor sempre fiel / pela casa de Israel. – R.
3. Os confins do universo contemplaram / a salvação do nosso Deus. / Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, / alegrai-vos e exultai! – R.
Aclamação ao Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Depois de ter falado, no passado, / aos nossos pais, pelos profetas, muitas vezes, / em nossos dias Deus falou-nos por seu Filho (Hb 1,1s). – R.
Evangelho: João 1,19-28
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – 19Este foi o testemunho de João quando os judeus enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para perguntar: “Quem és tu?” 20João confessou e não negou. Confessou: “Eu não sou o Messias”. 21Eles perguntaram: “Quem és, então? És tu Elias?” João respondeu: “Não sou”. Eles perguntaram: “És o profeta?” Ele respondeu: “Não”. 22Perguntaram então: “Quem és, afinal? Temos que levar uma resposta para aqueles que nos enviaram. O que dizes de ti mesmo?” 23João declarou: “Eu sou a voz que grita no deserto: ‘Aplainai o caminho do Senhor’ – conforme disse o profeta Isaías”. 24Ora, os que tinham sido enviados pertenciam aos fariseus 25e perguntaram: “Por que então andas batizando se não és o Messias, nem Elias, nem o profeta?” 26João respondeu: “Eu batizo com água; mas no meio de vós está aquele que vós não conheceis 27e que vem depois de mim. Eu não mereço desamarrar a correia de suas sandálias”. 28Isso aconteceu em Betânia além do Jordão, onde João estava batizando. – Palavra da salvação.
Liturgia comentada
Alguém que não conheceis… (Jo 1,19-28)
Eis Jesus Cristo, o ilustre desconhecido… Ainda que o Messias anunciado devesse andar oculto no início de sua missão, era de esperar que os homens da Lei e do Templo o pudessem reconhecer. Pura ilusão!
O Filho de Deus veio ao mundo, nasceu de mulher, palmilhou nossas trilhas, visitou nossas aldeias, pregou nas praças e… não o conheceram… Em sua cegueira, chegaram a confundi-lo com o filho do carpinteiro, com um dos profetas, o Batista reanimado. Mas não o conheceram!
O Evangelho de João realça esse des-conhecimento que se avizinha de uma espécie de recusa pelo Ungido de Deus: “Ele veio para o que era seu, e os seus não o acolheram”. (Jo 1,11) Como num combate entre as trevas e a Luz, o mundo das sombras e do pecado se recusa a ser iluminado pelo Resplendor divino.
Permanece viva hoje esta possibilidade trágica de desprezar a humilde oferta de um Deus que se abaixa até nós, assume nossa carne e se deixa crucificar por amor. Talvez preferíssemos o deus do poder e da força, mas o que temos é uma criança frágil e dependente. Talvez preferíssemos o deus da glória e do sucesso, mas o que temos é um réu suspenso no madeiro. Talvez preferíssemos o deus da fartura e das facilidades, mas o que temos é um convite a abraçar a própria cruz… Não é verdade que ainda des-conhecemos a Cristo?
Conhecer a Jesus não é o mesmo que ter ouvido falar dele. Não é o mesmo que repetir suas palavras. Não é o mesmo que frequentar templos cristãos.
Conhecer a Jesus é imitar seu exemplo, pisar suas pegadas, assumir sua missão. Conhecer a Jesus é fazer a vontade do Pai, abrindo mão de preferências, projetos, comodidades.
Alguém duvida que Madre Teresa de Calcutá tenha conhecido a Jesus? Ninguém faria o que ela fez sem conhecer Jesus. Ninguém amaria os miseráveis como ela amou. Sem essa intimidade, ninguém se isolaria no deserto de Marrocos como fez Charles de Foucauld. Sem essa profunda amizade, ninguém dedicaria ao Evangelho toda a sua vida como fez João Paulo II…
Seria terrível chegar ao juízo particular e ouvir da boca do Senhor as palavras ouvidas pelas virgens loucas da parábola: “Não vos conheço!” (Mt 25,12) Enquanto há tempo, é hora de vigiar e repetir as palavras ardentes de Santo Agostinho: “Noverim me, noverim Te!” [Senhor, que eu me conheça, que eu Te conheça!] Sem conhecer a Deus, jamais conhecerei a mim mesmo…
Orai sem cessar: “Confiará em Ti, Senhor, quem conhece eu nome!” (Sl 9,11)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.