LITURGIA DE 26 DE JANEIRO DE 2020
III DOMINGO DO TEMPO COMUM.
(verde, glória, creio, III semana do saltério)
Antífona da entrada
– Cantai ao Senhor um canto novo, cantai ao Senhor, ó terra inteira; esplendor, majestade e beleza brilham no seu templo santo (Sl 95, 1.6).
Oração do dia
– Deus eterno e todo-poderoso, dirigi a nossa vida segundo o vosso amor, para que possamos, em nome do vosso Filho, frutificar em boas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Is 8,23b-9,3
– Livro do profeta Isaías: 23bNo tempo passado o Senhor humilhou a terra de Zabulon e a terra de Neftali; mas recentemente cobriu de glória o caminho do mar, do além-Jordão e da Galileia das nações. 9,1O povo que andava na escuridão viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu. 2Fizeste crescer a alegria, e aumentaste a felicidade; todos se regozijam em tua presença como alegres ceifeiros na colheita, ou como exaltados guerreiros ao dividirem os despojos. 3Pois o jugo que oprimia o povo – a carga sobre os ombros, o orgulho dos fiscais – tu os abateste como na jornada de Madiã.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 27,1.4.13-14 (R: 1a.1c)
– O Senhor é minha luz e salvação. O Senhor é a proteção da minha vida.
R: O Senhor é minha luz e salvação. O Senhor é a proteção da minha vida.
– O Senhor é minha luz e salvação; de quem eu terei medo? O Senhor é a proteção da minha vida; perante quem eu tremerei?
R: O Senhor é minha luz e salvação. O Senhor é a proteção da minha vida.
– Ao Senhor eu peço apenas uma coisa, e é só isto que eu desejo: habitar no santuário do Senhor por toda a minha vida; saborear a suavidade do Senhor e contemplá-lo no seu templo.
R: O Senhor é minha luz e salvação. O Senhor é a proteção da minha vida.
– Sei que a bondade do Senhor hei de ver na terra dos viventes. Espera no Senhor e tem coragem, espera no Senhor!
R: O Senhor é minha luz e salvação. O Senhor é a proteção da minha vida.
2ª Leitura: 1 Cor 1,10-13.17
– Primeira carta de são Paulo aos Coríntios: 10Irmãos, eu vos exorto, pelo nome do Senhor nosso, Jesus Cristo, a que sejais todos concordes uns com os outros e não admitais divisões entre vós. Pelo contrário, sede bem unidos e concordes no pensar e no falar. 11Com efeito, pessoas da família de Cloé informaram-me a vosso respeito, meus irmãos, que está havendo contendas entre vós. 12Digo isto, porque cada um de vós afirma: “Eu sou de Paulo”; ou: “Eu sou de Apolo”; ou: “Eu sou de Cefas”; ou: “Eu sou de Cristo”! 13Será que Cristo está dividido? Acaso Paulo é que foi crucificado por amor de vós? Ou é no nome de Paulo que fostes batizados? 17De fato, Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar a boa nova da salvação, sem me valer dos recursos da oratória, para não privar a cruz de Cristo da sua força própria.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Pois do reino a boa-nova Jesus Cristo anunciava, e as dores do seu povo, com poder, Jesus curava (Mt 4,23).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 4,12-23
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus
– Glória a vós, Senhor!
– 12Ao saber que João tinha sido preso, Jesus voltou para a Galileia. 13Deixou Nazaré e foi morar em Cafarnaum, que fica às margens do mar da Galileia, 14no território de Zabulon e Neftali, para se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías: 15“Terra de Zabulon, terra de Neftali, caminho do mar, região do outro lado do rio Jordão, Galileia dos pagãos! 16O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz, e para os que viviam na região escura da morte brilhou uma luz”. 17Daí em diante Jesus começou a pregar dizendo: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”. 18Quando Jesus andava à beira do mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Estavam lançando a rede ao mar, pois eram pescadores. 19Jesus disse a eles: “Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens”. 20Eles imediatamente deixando a barca e o pai o seguiram. 21Caminhando um pouco mais, Jesus viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João. Estavam na barca com seu pai Zebedeu consertando as redes. Jesus os chamou. 22Eles imediatamente deixaram a barca e o pai, e o seguiram. 23Jesus andava por toda a Galileia, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo tipo de doença e enfermidade do povo.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
Liturgia comentada
Imediatamente o seguiram… (Mt 4,12-23)
A cena causa impacto. Como entender a reação dos pescadores ao chamado de Jesus de Nazaré? É assim – sem mais, nem menos – que se abandona a profissão e o próprio pai ao simples convite de um pregador itinerante?
O comentário de Hébert Roux pode ajudar-nos a entender. “A pregação do Reino não é uma exposição objetiva de verdades gerais e de máximas universais; ela assume uma forma precisa e pessoal, dirige-se a homens concretos, ressoa na vida deles como uma ordem inelutável e ali provoca atos decisivos”.
Sim, o chamado pede uma decisão, mostra o Evangelho. “Nenhuma observação psicológica, nenhum comentário: simplesmente o enunciado de uma ordem indiscutível e indiscutida, seguida imediatamente da execução. Todo o destino destes quatro homens depende unicamente da escolha soberana da qual foram objeto por parte do Mestre.”
Como não ouvir, como pano de fundo, a voz de Jesus: “Não fostes vós que me escolhestes, mas eu escolhi a vós”? (Jo 15,16.) Diante da escolha divina, o espantoso seria a recusa, não a pronta aceitação…
“Jesus sobrevém na existência ordinária deles – prossegue Roux – e, de algum modo, os surpreende, e é sua decisão que leva à deles, não o contrário. Tal é a origem da Igreja fundada pela Palavra de Deus: não uma associação que nomeia seu presidente, nem um rebanho que elege seu pastor, mas uma assembleia de convocados cuja comunidade se fundamenta sobre sua comum eleição. A obediência imediata, muda, dos dois grupos de irmãos, sucessivamente chamados, sublinha a autoridade daquele que fala: ali onde Deus comanda, o homem pode apenas calar-se e obedecer.”
É notável esta visão sobre a Igreja. Claro, ela bate de frente contra certos agrupamentos que dizem seguir a Jesus, mas o fazem sob condição, estabelecem limites, filtram o Evangelho segundo suas conveniências e ousam – quem diria? – apontar excessos nas exigências do Mestre e Senhor.
Daremos a Jesus Cristo o direito de nos dizer o que ele fará de nós? Aos quatro pescadores de peixes, ele diz: “Eu vos farei pescadores de homens!” E o que será que Jesus tenta dizer a cada um de nós?
Orai sem cessar: “Fala, Senhor, que teu servo escuta!” (1Sm 3,10)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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