Há quem diga que nossa vida é como o tear e todos os acontecimentos são como fios entrelaçados entre si e revestidos de significados. Nada acontece por acaso e, à medida que o tempo vai passando, vamos, cada vez mais, tomando conhecimento do “bordado”, resultado da nossa história.
Contemplar a obra terminada é tarefa que foge das nossas mãos, mas colaborar para que ela seja apreciável é missão que se dá na generosidade partilhada por nós a cada dia.
Nossa vida é repleta de acontecimentos, às vezes passam-se anos sem sabermos notícias de quem um dia fomos cúmplices e, de repente, o reencontro acontece. Em outros casos fomos ajudados por alguém e nunca o encontramos para, ao menos, lhe agradecer. Há também situações em que não conseguimos ser tão gentis com alguém como deveríamos, mas não houve tempo para, nem sequer, pedir-lhe perdão… E por aí seguem os acontecimentos que se entrelaçam como fios, dando cor e forma ao "bordado" da nosso história.
Ouvi uma história que me fez pensar muito sobre isso. Partilho com você:
Conta-se que, há muitos anos, um aristocrata inglês dirigia-se da Escócia para Londres a fim de participar de uma sessão urgente do Parlamento. A sua carruagem ficou atolada na lama e ele estava à beira do desespero quando um jovem camponês apareceu com a sua junta de bois e a puxou para a estrada seca. O homem nobre ficou tão grato que perguntou ao rapaz como lhe poderia agradecer. O rapaz respondeu que não era preciso nada, pois ficava feliz por ter sido útil. Mas o aristocrata insistiu, perguntando-lhe: “Com certeza tens um sonho, ou alguma coisa de que gostarias de realizar na vida?” Então o jovem respondeu: “Sempre sonhei em me tornar médico, mas isso nunca será possível para mim”.
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