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Com a intercessão de São Sebastião, vacinadas contra a Covid-19

Com a intercessão de São Sebastião, vacinadas contra a Covid-19

A chegada das vacinas contra a Covid-19 já é uma realidade no Brasil. Após a aprovação de uso emergencial pela ANVISA em 17 de janeiro, ela começou a ser distribuída pelo país afora. Belo Horizonte iniciou o processo de imunização dos profissionais da saúde no dia 20 de janeiro, providencialmente, dia de São Sebastião, padroeiro contra as pragas e epidemias. Três profissionais presentes em nossa Paróquia concederam uma entrevista contando suas impressões sobre o fato e como vivem o período de enfrentamento à doença.
Nossas entrevistadas são: Sueli Régio, Ministra Extraordinária da Comunhão Eucarística da nossa Paróquia, que atua como Coordenadora de Serviço da Gestão de Informação Hospitalar de um centro de referência contra a doença na rede pública. Amanda Carvalho, integrante da coordenação do EJC Betânia, é psicóloga de um hospital da rede privada. Margaret Coelho, missionária do terceiro núcleo da Comunidade Missionária de Villaregia (CMV) em BH, atua na área de enfermaria em unidades das redes pública e privada. Confira a íntegra da nossa conversa com elas!

Como tem sido para vocês este período atuando na linha de frente no combate à Covid-19?

Sueli: Este período está sendo muito difícil. Sou do grupo de risco por conta da idade. Tive a Covid-19 em junho de 2020 e tive que ficar isolada. É uma situação muito angustiante até fazer o novo teste.

Amanda: Minha atuação é como serviço de apoio de quem está na linha de frente. Além das atividades que desempenho como psicóloga de RH, tenho um trabalho de escuta que é feito com qualquer funcionário que identificar em si, a necessidade de buscar apoio devido a alguma situação específica, seja ela profissional ou pessoal.
Durante a pandemia esse trabalho se intensificou, mas não somente para as pessoas da linha de frente, digamos que todas as outras áreas também ficaram impactadas e solicitaram escuta psicológica, muitas vezes com o objetivo apenas de serem ouvidos, se sentirem aliviados ou valorizados. Não havia muito que pudesse ser feito para que a tensão diminuísse, os casos aumentavam a cada dia e o trabalho da linha de frente também. Mas para muitos, ter um momento, ainda que breve, já era importante para que se sentissem mais fortes pelo menos por mais um dia…

Margaret: Este período tem sido muito corrido e cheio de tensão interior. Estamos na linha de frente, recebemos crianças de todo estado, juntamente com seus pais ou responsáveis. Isso gera uma apreensão, medo, angústia e é um grande desafio, pois saio para trabalhar e não sei o que vou encontrar. Participei de muitos treinamentos e sei que essa é a minha missão. Esse vírus se pega com uma facilidade incrível, é um verdadeiro monstro invisível. Mas, por outro lado, os pacientes precisam do nosso trabalho, do nosso cuidado, da nossa calma e da nossa serenidade, pois o nosso compromisso é com a vida. Nós cuidamos de um amor de alguém e queremos retornar para nossa casa e encontrar com o nosso amor, a família. Por isso que, muitas vezes, lançamos nas redes sociais o apelo do “fique em casa”.

Para vocês, que significado tem o de receberem a vacina logo no dia 20 de janeiro, dia de São Sebastião, protetor contra as epidemias?

Sueli: Ter recebido a vacina no dia de São Sebastião foi um milagre! No sábado anterior, dia da carreata da visitação, estava em casa quando ouvi a música que tocava. Meu marido e minha filha e eu fomos correndo para a portaria do nosso prédio, fomos abençoados e pedi a São Sebastião a graça de ter a vacina no nosso país. Fui atendida e fui vacinada em 20 de janeiro!

Amanda: Foi um misto de sensações. No primeiro momento eu estava muito grata somente pelo fato de a vacina chegar, independente se eu vacinaria nesse dia ou não. Muitas foram as orações para esse momento e muitas foram as lutas da saúde de modo geral para que essa conquista estivesse cada vez mais próxima da população.
Mas, quando recebemos a confirmação de que as vacinas destinadas ao nosso hospital chegariam no dia 20 e que a vacinação começaria algumas horas mais tarde, eu não tive dúvidas, sabia que havia as bençãos de São Sebastião e que ele nos concedia um pouco de esperança após tantos meses de desespero, perdas e insegurança. São Sebastião nos valeu e este dia foi, sem dúvida, o início do fim desta pandemia! Durante todo o dia, o sentimento era de gratidão. Gratidão a Deus que é misericordioso e ao nosso padroeiro que jamais nos abandonou!

Margaret: Foi um momento forte, feliz, emocionante, um marco importante na história dentro da minha atividade na área da saúde. Isso representa uma virada contra a epidemia. O fato de ter sido no dia de São Sebastião, protetor contra as pragas e as doenças, vem somente afirmar o poder de Deus que tudo pode e tem poder nas nossas vidas.

O que vocês poderiam dizer para nós sobre a importância da imunização com a vacina?

Sueli: Apesar de muitos questionamentos, é muito importante que todos sejam imunizados com a vacina, pois esta doença é muito traiçoeira e letal.

Amanda: Primeiramente, é importante que as pessoas se informem e busquem fontes seguras de informação sobre o momento que estamos vivenciando e sobre tudo o que a ciência fez para nós. E depois, já munidos de informações, que as pessoas continuem mantendo os protocolos de segurança.
O ato de vacinar é, sobretudo, um ato de amor, é a oportunidade crucial para que coloquemos em prática a empatia, o cuidado e o coletivismo, acima de nossos desejos pessoais. Eu penso que, para termos condições de colocarmos em prática nossas vontades particulares, antes é preciso verificar se o coletivo ao redor está saudável e qual a nossa responsabilidade sobre isso. Foi vacinando que erradicamos diversas doenças que hoje apenas fazem parte da história; com fé e amor ao próximo, a Covid-19 também será.

Margaret: Diante desta pandemia mundial, a vacina é de suma importância, pois quem não se vacina coloca em risco toda a família, amigos e sociedade. Neste momento, tomar a vacina é um modo de começarmos a cercar esta pandemia. É a melhor maneira de se proteger de uma variedade de doenças graves e de suas complicações que podem levar até a morte. Vacinar é de suma importância, pois assim menos pessoas necessitarão utilizar os recursos hospitalares. Logicamente, não podemos deixar de continuar praticando medidas como lavar bem as mãos ou usar álcool em gel, fazer o distanciamento social e usar a máscara de proteção. #ForaCoronavírus!

WhatsApp Image 2021-01-27 at 12.10.38Da esquerda para a direita: Sueli, Amanda e Margaret recebem a vacina contra a Covid-19

Entrevista remota concedida a Lucas Ribeiro, da PASCOM