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Catequese do Papa: abandonar o medo e a escravidão!

Catequese de Bento XVI: Deus nos torna capazes de abandonar o medo e a escravidão!

Como todas as quartas-feiras, o Pontífice concedeu esta manhã audiência aberta ao público, na Praça São Pedro. Depois de saudar todos os presentes de seu papa-móvel, Bento XVI proferiu uma catequese do palanque montado diante da porta da Basílica. Os pontos centrais do encontro foram: um apelo para que o dia de Domingo seja visto como uma ocasião para reforçar as relações familiares, uma saudação especial à Comunidade Shalom, e a sua catequese, focada nas Cartas de São Paulo.

“O Apóstolo dos Gentios apresenta a oração em várias formas, fazendo-a penetrar em todas as realidades, pessoais e comunitárias. Para ele, a oração é antes de tudo o fruto da presença viva do Pai e de Jesus Cristo em nós, por meio do Espírito Santo” – disse o Papa. Bento XVI continuou discorrendo que quanto mais prosseguirmos no diálogo com Deus, mais entenderemos nossos limites e a necessidade de nos confiarmos sempre ao Senhor. Com a sua presença e sua ação em nossa fragilidade, o Espírito do Pai e do Filho nos transforma e realiza a nossa união ao Cristo.

O Papa assegurou aos féis que Cristo é o princípio interior de todas as nossas ações; ele nos torna capazes de abandonar o medo e a escravidão para vivermos livres, como filhos de Deus: esta é uma liberdade pelo bem e pela vida.

Em português, Bento XVI fez um resumo da catequese:

“Para São Paulo, a oração é, sobretudo o Espírito Santo em ação dentro de nós. Ele orienta o nosso coração para Jesus Cristo, a ponto de podermos dizer: "Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim". Habitando na nossa fragilidade humana, o Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis e conduz-nos para as alturas de Deus. Muitas vezes rezamos a Deus, para que nos livre de males e tribulações; mas temos a impressão de não ser ouvidos e… desanimamos. Ora, não há grito humano que não seja ouvido por Deus; e é precisamente na oração constante e fiel que compreendemos, com São Paulo, que "os sofrimentos do tempo presente não impedem a glória futura de se revelar em nós". A resposta do Pai a seu Filho não foi a libertação imediata dos sofrimentos, da cruz, da morte, mas precisamente através da cruz e da morte – como expressão do amor supremo – Deus respondeu, para além de todas as expectativas humanas, com a ressurreição.

Amados peregrinos de língua portuguesa, em particular os vários grupos vindos do Brasil, cuja peregrinação se detém hoje junto do túmulo de São Pedro e neste Encontro com o seu Sucessor: Obrigado pela vossa presença e oração! A todos saúdo, confiando à Virgem Maria os vossos corações e os vossos passos para que neles se mantenha viva a luz de Deus. Para vós e vossas famílias, a minha Bênção!”

Na sequência, Bento XVI fez saudações em várias outras línguas. Em inglês, cumprimentou o Cardeal hondurenho Oscar Rodríguez Maradiaga, Presidente da Caritas Internationalis, e os membros do Conselho, pelo novo quadro jurídico da organização, “que certamente vai apoiar e encorajar o importante serviço a favor das pessoas carentes no mundo”.

Em italiano, dirigiu-se diretamente aos representantes da Comunidade Católica Shalom, que comemora 30 anos de fundação.

O Papa disse esperar que a aprovação de seus estatutos seja um encorajamento para que prossigam com entusiasmo no testemunho evangélico. E garantiu que acompanha a Comunidade com orações e bênçãos, para que seus membros continuem sendo alegres instrumentos de amor e misericórdia de Deus.

Finalizando, Bento XVI recordou que terça-feira, 15 de maio, celebrou-se o Dia Internacional das Famílias, instituído pelas Nações Unidas e dedicado este ano ao equilíbrio entre duas questões estritamente ligadas: a família e o trabalho.

Papa Ratzinger asseverou que o trabalho não pode ser um obstáculo para a família, mas sim um meio para mantê-la e uni-la; ajudando-a a abrir-se à vida e a relacionar-se com a sociedade e a Igreja. E por fim, chamou a atenção para o fato que o Domingo, dia do Senhor e Páscoa da semana, deve ser um dia de descanso e uma chance para reforçar os laços familiares.

No final da audiência, Bento XVI concedeu a todos a sua bênção apostólica.

Fonte: Rádio Vaticano