Liturgia Diária

LITURGIA DE 11 DE NOVEMBRO DE 2019

LITURGIA DE 11 DE NOVEMBRO DE 2019

SEGUNDA FEIRA – SÃO MARTINHO DE TOURS – BISPO
(branco pref. comum ou dos pastores– ofício da memória)

Antífona da entrada

– Farei surgir um sacerdote fiel, que agirá segundo o meu coração e minha vontade, diz o Senhor (1Sm 2,15).

Oração do dia

– Ó Deus, que fostes glorificado pela vida e a morte do bispo São Martinho, renovai em nossos corações as maravilhas da vossa graça, de modo que nem a morte nem a vida nos possam separar do vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Sb 1,1-7

– Início do livro da Sabedoria: 1Amai a justiça, vós que governais a terra; tende bons sentimentos para com o Senhor e procurai-o com simplicidade de coração. 2Ele se deixa encontrar pelos que não exigem provas, e se manifesta aos que nele confiam. 3Pois os pensamentos perversos afastam de Deus; e seu poder, posto à prova, confunde os insensatos. 4A Sabedoria não entra numa alma que trama o mal nem mora num corpo sujeito ao pecado. 5O espírito santo, que a ensina, foge da astúcia, afasta-se dos pensamentos insensatos e retrai-se quando sobrevém a injustiça. 6Com efeito, a Sabedoria é o espírito que ama os homens, mas não deixa sem castigo quem blasfema com seus próprios lábios, pois Deus é testemunha dos seus pensamentos, investiga seu coração segundo a verdade e mantém-se à escuta da sua língua; 7porque o espírito do Senhor enche toda a terra, mantém unidas todas as coisas e tem conhecimento de tudo o que se diz.

– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 139,1-3.4-6.7-8.9-10 (R: 24b)

– Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!
R: Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!

– Senhor, vós me sondais e conheceis, sabeis quando me sento ou me levanto; de longe penetrais meus pensamentos, percebeis quando me deito e quando eu ando, os meus caminhos vos são todos conhecidos.
R: Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!

– A palavra nem chegou à minha língua, e já, Senhor, a conheceis inteiramente. Por detrás e pela frente me envolveis; pusestes sobre mim a vossa mão. Esta verdade é por demais maravilhosa, é tão sublime que não posso compreendê-la.
R: Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!

– Em que lugar me ocultarei de vosso espírito? E para onde fugirei de vossa face? Se eu subir até os céus, ali estais; se eu descer até o abismo, estais presente.
R: Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!

– Se a aurora me emprestar as suas asas, para eu voar e habitar no fim dos mares; mesmo lá vai me guiar a vossa mão e segurar-me com firmeza a vossa destra.
R: Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!

Aclamação ao santo Evangelho.

Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.

– Como astros no mundo brilheis, pregando a palavra da vida! (Fl 2,15b.16a).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 17,1-6

– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas
– Glória a vós, Senhor!

– Naquele tempo, 1Jesus disse a seus discípulos: “É inevitável que aconteçam escândalos. Mas ai daquele que produz escândalos! 2Seria melhor para ele que lhe amarrassem uma pedra de moinho no pescoço e o jogassem no mar, do que escandalizar um desses pequeninos. 3Prestai atenção: se o teu irmão pecar, repreende-o. Se ele se converter, perdoa-lhe. 4Se ele pecar contra ti sete vezes num só dia, e sete vezes vier a ti, dizendo: ‘Estou arrependido’, tu deves perdoá-lo”. 5Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!” 6O Senhor respondeu: “Se vós ti¬vésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria”.

– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

Liturgia comentada

Sete vezes… (Lc 17, 1-6)

Não. Não se trata de neutralidade diante do mal. Aquele que erra precisa de correção. A impunidade sempre reforça o erro. Mas os arrependidos merecem perdão. Uns mais, outros menos, todos nós erramos um dia e precisaremos do perdão.

Não fosse tão imperiosa a necessidade de ser perdoado, o Senhor não nos teria ensinado a rezar: “Perdoai as nossas dívidas” [na nova tradução, “perdoai as nossas ofensas”]. Quando o perdão nos é negado, cresce em nós o remorso, o sentimento de culpa e, mesmo, o desespero. Foi um perdão excessivamente adiado que fez de Absalão o inimigo nº 1 de seu pai, Davi. (Cf. 2Sm 14, 24.)

Ao contrário, quando lemos no Evangelho que o Paraíso foi reinaugurado com a entrada inesperada de um criminoso arrependido – a quem, eufemisticamente, chamamos de “bom ladrão” (cf. Lc 23, 43) – tomamos consciência de que também nós podemos ter acesso ao perdão divino.

Sim, dois mil anos depois de Cristo, ainda temos dificuldades em relação ao perdão. Primeiro, a dificuldade em pedir perdão. Oscilamos entre o desespero (modalidade de orgulho que nos leva a pensar que nosso pecado foi maior que a misericórdia divina) e a arrogância (eu sou assim; quem quiser, que me engula do jeito que eu sou)… A seguir, a dificuldade de dar perdão. Arrazoamos: “Se perdoo já, mostro fraqueza… Vão abusar e recair no erro… É melhor um tempo de silêncio, um “gelo”, com relações cortadas… Vou adiar, dar uma de ‘durão’, dificultar as coisas…”

E desta maneira não percebemos o essencial: quando alguém é perdoado, especialmente em matéria grave, tem a oportunidade de experimentar o amor que ainda desconhece. Assim o cônjuge que trai, se arrepende e pede perdão, ao recebê-lo, é levado a meditar: “Puxa! A que ponto ele (ela) me ama! A ponto de me perdoar!” E, assim, vê-se impelido a pagar amor com amor…

Sete vezes! Na mentalidade semítica, o número “7” é a cota da plenitude. Logo, perdoar “sete vezes” significa perdoar sempre. Seria estranha ao Evangelho de Jesus a atitude de quem diz: “Vou perdoar… mas não me caia noutra! É a última vez!”

A cada vez que nos confessamos – mesmo repetindo pecados habituais -, Deus nos perdoa como se fosse da primeira vez. É preciso reconhecer: parece que Ele não tem boa memória para nossos crimes. Perdoa e esquece.
Tentaríamos imitá-lo?

Orai sem cessar: “Amai vossos inimigos!” (Mt 5, 44)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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