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A Missa é a oração por excelência

A Missa é a oração por excelência

17/11/2017
“A fé é uma grande companheira de vida: faz sentir a presença de um Pai que nunca deixa suas criaturas sozinhas”. Depois de divulgar essa mensagem nas redes sociais, o Papa Francisco iniciou audiência geral desta semana, na Praça de São Pedro. No encontro com milhares de fiéis, o Papa continuou a catequese que havia começado na semana passada, sobre a Santa Missa. Para facilitar a compreensão, pontífice lembrou que “a Missa é uma oração, aliás, a oração por excelência, a mais alta, a mais sublime e, ao mesmo tempo, a mais “concreta”: o encontro de amor com Deus mediante a sua Palavra e o Corpo e Sangue de Jesus. “É um encontro com o Senhor”- afirmou.

Mas o que é exatamente uma oração? – perguntou o Papa que logo respondeu: “é mais que diálogo, é relação pessoal com Deus. E o homem foi criado como um ser em relação pessoal com Deus que só encontra a sua plena realização no encontro com o seu Criador. O caminho da vida tem a direção do encontro definitivo com o Senhor. Todos, como recorda o Livro do Génesis, fomos criados para entrar numa relação perfeita de amor para podermos encontrar a plenitude do nosso ser. Para isso, é necessário que vivamos em comunhão com o nosso Criador e com as pessoas que nos circundam. E, é na Eucaristia, na Missa, que isso se realiza”.

O diálogo tem, todavia momentos de silêncio – disse o Papa Francisco, fazendo notar que às vezes vamos mais cedo à Missa e dedicamos esse tempo à conversa com outras pessoas, quando na realidade deveria ser um momento de preparação para o diálogo com Jesus.

“O silêncio é muito importante! Recordai-vos aquilo que disse a semana passada: não vamos a um espectáculo, vamos ao encontro com o Senhor e o silêncio nos prepara e nos acompanha. Permanecer em silêncio com Jesus”.

Outro requesito para a oração – prosseguiu o Papa – é saber dizer “Pai”. Tal como Jesus ensinou aos discípulos, devemos aprender a dizer “Pai”. Isso é pôr-se na presença do Pai com confiança filiale dizer: “Pai ensina-me a rezar”. Mas isso requer humildade, reconhecer-se como filhos, confiar em Deus, fazer-se pequenos como as crianças.

A primeira atitude é, portanto, confiança e confidência, tal como as crianças com os pais. É “saber que Deus se recorda de ti, cuida de ti, de ti, de mim, de todos”.

Outro aspecto essecial para a oração é, tal como as crianças, “deixar-se surpreender”. A oração não é falar com Deus à maneira dos papagaios. É confiar e abrir o coração para se deixar maravilhar, surpreender por Deus que é sempre encontro vivo, não um encontro de museu. É um encontro vivo e vamos à Missa, não a um Museu. Vamos ao encontro vivo com o Senhor”.

Em seguida, o Papa Francisco citou Nicodemos para falar do desejo de renascer, da alegria de recomeçar, que existe em cada um de nós. Mas como fazê-lo perante a tantas tragédias do mundo? Essa é a pergunta fundamental da nossa fé – frisou o Papa que perguntou insistentemente aos presentes se sentiam o desejo de renascer sempre para encontro o Senhor. “É que perante as numerosas atividades e projetos podemos não ter tempo e perder facilmente de vista para aquilo que é fundamental: a nossa vida do coração, a nossa vida espiritual, a nossa vida que é encontro com o Senhor na oração.”

Mas o Senhor nos surpreende sempre com o seu amor. Ele é a vítima de expiação dos nossos pecados pessoais e do mundo inteiro. O Senhor nos perdoa sempre, e isso é uma verdadeira consolação, um dom que nos é dado através da Eucaristia, o banquete nupcial em que o Esposo encontra a nossa fragilidade. E o Papa concluiu a sua catequese com estas palavras:

“Posso dizer que quando faço a comunhão na Missa, o Senhor encontra a minha minha fragilidade? Sim! Podemos dizê-lo porque isto é verdade! O Senhor encontra a nossa fragilidade para a reconduzir à nossa chamada: a de ser à imagem e semelhança de Deus. Este é o ambiente da Eucaristia, esta é a oração.”

No final da catequese, como faz habitualmente, o Papa saudou os peregrinos em diversas linguas. Eis a saudação em língua portuguesa:

“Dirijo uma saudação cordial a todos os peregrinos de língua portuguesa, vindos de Portugal e do Brasil. Queridos amigos, sois chamados a ser testemunhas da alegria no mundo, transfigurados pela graça misericordiosa que Jesus nos dá na Santa Missa. Desça sobre vós e sobre vossas famílias a bênção de Deus”.

Os “caros doentes” Francisco exortou a encontrarem conforto no reflexo do mistério da cruz do Senhor Jesus, que continua a iluminar a vida de cada homem; e aos “caros novos casais”, o Papa recomendou que se esforcem por manter constante a relação com Cristo, a fim de que “o vosso amor seja cada vez mais reflexo do amor de Deus.”